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INE revê em alta crescimento económico de 2019 para 2,2%

A economia portuguesa cresceu 2,2% no ano passado, abaixo dos 2,6% de 2018 mas acima da previsão de 1,9% do Governo.

Ministro de Estado e das Finanças - Mário Centeno
EPA
28 de Fevereiro de 2020 às 11:03
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O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu em alta esta sexta-feira, 28 de fevereiro, o crescimento do PIB português de 2%, segundo a estimativa rápida, para 2,2% em 2019. 

Este crescimento económico fica abaixo dos 2,6% de 2018 - que também foi revisto em alta em duas décimas -, mas acima da previsão de 1,9% do Governo. 

A revisão em alta deve-se "sobretudo à incorporação de nova informação da Balança de Pagamentos", justifica o gabinete de estatísticas, o que implicou uma reavaliação da balança de serviços de 511,8 milhões de euros no ano de 2018 e de 873,1 milhões de euros nos meses de janeiro a novembro de 2019. 

Em termos nominais (ótica que incorpora a variação dos preços), o PIB aumentou 3,9% (4,3% em 2018), tendo atingido os 212,3 mil milhões de euros.

Face a 2018, economia portuguesa desacelerou principalmente por causa do abrandamento do consumo privado, tendo a procura interna dado um menor contributo positivo para o PIB (3,1 pontos percentuais em 2018 face a 2,7 pontos no ano passado).

O consumo privado travou a fundo principalmente por causa da menor aquisição de veículos automóveis, que estão na componente de bens duradouros. Após seis anos de crescimento, a venda de carros em Portugal caiu 2% em 2019.

A procura interna inclui ainda o investimento que acelerou em 2019, com destaque para o investimento em construção que passou de uma variação de 4,6% em 2018 para 9,4% em 2019. Por outro lado, o investimento em máquinas desacelerou e o investimento em equipamento de transporte encolheu 4,6%. 

Ao contrário do que tinha sido inicialmente estimado, a procura externa líquida - que é a diferença entre exportações e importações - deu um contributo mais negativo em 2019: passou de -0,4 pontos em 2018 para -0,6 pontos.

Há duas semanas, o ministro das Finanças, Mário Centeno, mostrava-se contente com os dados então divulgados, os quais foram agora revistos em alta, e sinalizou que poderá rever em alta a previsão de crescimento do PIB para 2020, uma hipótese que sai reforçada com os novos dados. A previsão atual para este ano é de 1,9%.

Exportações dão ânimo ao PIB no final de 2019. Investimento encolhe
Tal como tinha sido antecipado, o PIB acelerou no quarto trimestre de 2019 com um crescimento homólogo de 2,2%. A variação trimestral (em cadeia) foi revista em alta de 0,6% para 0,7%. 

Os dados mais completos agora revelados pelo INE mostram que a aceleração das exportações no final do ano passado foram cruciais para dar ânimo ao PIB. As vendas ao exterior cresceram 6,3% em termos homólogos, levando a um contributo positivo da procura externa líquida (exportações descontadas das importações) de 1,3 pontos percentuais, muito acima do contributo negativo de 1,2 pontos no quarto trimestre de 2018.

Este desempenho das exportações compensou a travagem acentuada da procura interna que passou de contributo de 3,5 pontos para 0,9 pontos. Tal deveu-se não só à desaceleração do consumo privado mas também ao investimento que registou uma variação homóloga negativa (-2,6%). 

"Esta evolução foi, em grande medida, determinada pelo comportamento da Variação de Existências, com um contributo para a variação homóloga do PIB de -0,7 p.p. (0,5 p.p. no 3º trimestre)", esclarece o INE, referindo que "no 4º trimestre de 2018 o contributo da Variação de Existências tinha sido positivo (0,4 p.p.)". 

O investimento em equipamento de transporte, que inclui os veículos automóveis, afundou 23,6% em termos homólogos, após a queda de 6,7% no terceiro trimestre. A componente de máquinas e equipamentos também baixou 1%.

(Notícia atualizada às 11h33 com mais informação)
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