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INE confirma PIB a crescer 1,9% com mais consumo e investimento a travar

A economia portuguesa está a crescer menos este ano do que o conseguido em 2018. O impacto da conjuntura externa menos favorável está a fazer sentir-se: as exportações estão a contrair há três trimestres seguidos.

Miguel Baltazar
29 de Novembro de 2019 às 11:04
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A economia portuguesa cresceu 1,9% no terceiro trimestre deste ano, com mais consumo e o investimento a travar. A procura interna deu um contributo de 3,2 pontos percentuais para o andamento do PIB, enquanto a procura externa prejudicou o crescimento da atividade económica, com as importações a acelerarem. Os dados foram publicados esta sexta-feira, 28 de novembro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A informação detalhada hoje pelo INE confirma a estimativa rápida do crescimento que tinha sido avançada a 14 de novembro. Em termos trimestrais, a economia nacional abrandou o ritmo de crescimento, tendo passado de um andamento de 0,6% para apenas 0,3%. Ainda assim, a projeção de crescimento a partir da qual o Ministério das Finanças estará a desenhar o Orçamento do Estado para 2020 mantém-se ao alcance. No esboço de orçamento do Estado enviado a 15 de outubro para a Comissão Europeia – e que poderá ser atualizado na proposta de OE 2020 planeada para 16 de dezembro – Mário Centeno contou com um crescimento de 1,9% do PIB este ano.

Conforme explica o INE, comparando o terceiro trimestre com o mesmo período de 2018, verifica-se que o consumo privado aumentou 2,3%, um ritmo mais dinâmico do que o verificado no segundo trimestre, quando cresceu 2%. O consumo público cresceu apenas ligeiramente mais (0,5%, contra 0,4% no trimestre anterior). Mas o investimento abrandou o ritmo pelo segundo trimestre consecutivo: aumentou 8,8%, depois de ter crescido 10,5% no segundo trimestre e 12,1% nos primeiros três meses do ano.

O INE adianta que o investimento em equipamento de transporte registou uma quebra acentuada (8%), mas nota que está influenciada por um efeito de base, devido à forte antecipação de compras registadas no terceiro trimestre de 2018. Já o investimento em construção subiu 10,9%.

O conjunto da procura interna manteve um ritmo de crescimento de 3,2%, tendo dado o contributo fundamental para o crescimento do PIB.

Do lado da procura externa, fica visível o cenário de abrandamento do crescimento dos parceiros: embora o crescimento das exportações tenha sido maior do que o conseguido no segundo trimestre, estas continuam, ainda assim, a registar aumentos relativamente contidos e abaixo do crescimento das importações. Enquanto as vendas ao exterior aumentaram 2,6% (no trimestre anterior tinham subido apenas 1,6%), as compras lá fora subiram 5,8%. O contributo da procura externa líquida para o crescimento do PIB foi negativo, roubando 1,3 pontos ao andamento do PIB.

Exportações contraem pelo terceiro trimestre consecutivo

A análise do crescimento em termos trimestrais também evidencia os efeitos da pior conjuntura externa. As exportações estão a cair há três trimestres consecutivos, quando avaliadas em comparação com os três meses imediatamente anteriores. No terceiro trimestre essa contração intensificou-se, tendo atingido os 0,8%, enquanto no primeiro e segundo trimestres a queda tinha sido de 0,2%.

A redução das vendas ao exterior ficaram a dever-se apenas às exportações de bens, que caíram 2,6%. Na componente de serviços ainda se registou uma subida das exportações, na ordem dos 3,4%.

Em contrapartida, as importações aceleraram 0,7% entre julho e setembro, face ao segundo trimestre – um reflexo da procura interna também a acelerar.

(Notícia atualizada às 11:44)

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