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Há 22 anos que as exportações para Angola não caíam tanto

A venda de bens para Angola está a cair 33% nos primeiros 11 meses de 2015. Caso se confirme que o ano fechará perto destes valores, esta será não só a primeira quebra das exportações para esse país desde 2010, como a maior contracção desde 1993.

Pedro Elias
08 de Janeiro de 2016 às 14:00
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Não é propriamente uma novidade que a crise angolana está a prejudicar as relações comerciais com Portugal. Por um lado, estamos a importar menos, porque o petróleo está muito mais barato (e o kwanza desvalorizou). Por outro, as dificuldades financeiras do país africano estão a limitar as vendas das empresas portuguesas.

 

Os números de 2015 são impressionantes: as saídas de bens para Angola estão a afundar 33%, ao mesmo tempo que as entradas de mercadorias com origem na ex-colónia portuguesa também registam uma quebra substancial de 29,1%.

 

Estas variações destacam-se ainda mais se tivermos em conta a trajectória de crescimento acelerado dos últimos anos. As exportações, por exemplo, aumentaram a um ritmo médio de 18,5% ao ano desde 2005. Em 2011 e 2012 avançaram 22% e 28%, respectivamente, tendo depois desacelerado para 4,2% e 2% em 2013 e 2014.

 

No que diz respeito às compras feitas por Portugal a Angola, 2015 deverá trazer o segundo ano consecutivo de contracções, depois de já terem caído 39% em 2014. Nos quatro anos anteriores a esse, cresceram a um ritmo médio de 120% ao ano.

 

O petróleo ronda actualmente os 32 dólares o barril nos mercados internacionais e Angola precisa que ele esteja perto dos 94 dólares para conseguir cobrir a despesa que tinha planeado executar. Recorde-se que o petróleo representava 95% das exportações angolanas e 75% das receitas orçamentais. Ou seja, existe uma enorme pressão sobre as receitas do Governo liderado por José Eduardo dos Santos, o que também condiciona as compras feitas a outros países, como Portugal. 



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