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Foram criados 100 mil empregos desde o início do ano

Na primeira metade do ano, 100 mil portugueses encontraram trabalho. Ainda assim, há muito para recuperar: o emprego em Portugal ainda nem sequer regressou ao nível registado antes da chegada da troika.

Bruno Simão/Negócios
28 de Julho de 2016 às 21:00
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Em seis meses, o número de pessoas empregadas passou de 4.460 para 4.562 mil. Isto é, um aumento de 2,3%, o equivalente a mais 102 mil postos de trabalho. Um desenvolvimento importante, uma vez que volta a colocar o emprego numa trajectória de crescimento, depois de ter começado a cair entre Junho de 2015 e Janeiro de 2016. Ainda assim, não há motivos para festejar, já que o emprego continua muito longe dos níveis pré-crise.

A publicação dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) foi recebida com alguma confusão, uma vez que foram realizadas revisões muito substanciais dos valores reportados em Maio. Entre Maio e Junho, observa-se uma criação de 20 mil postos de trabalho, mas essa análise não conta com uma revisão em alta do primeiro mês, que afinal tinha mais 49 mil pessoas empregadas do que a estimativa provisória apontava.

Se olharmos para os valores ajustados de sazonalidade – excluem o impacto positivo do Verão –, os números são mais modestos, mas também positivos. Entre Maio e Junho foram criados oito mil empregos e desde Dezembro cerca de 48 mil.

Importa referir que o emprego segue uma trajectória de recuperação desde o início de 2013. A criação de emprego (não ajustado) nos primeiros seis meses deste mês é inferior ao valor registado por esta altura em 2015 (menos 26 mil) e superior ao observado no mesmo período em 2013 (mais 33 mil) e 2014 (mais 7 mil). Se compararmos Junho de 2016 com Junho de 2015, o número de postos de trabalho cresceu 37 mil. Recorde-se que em 2015 se bateram recordes de ocupados em programas do IEFP, que têm nos últimos meses registado fortes contracções. 

Taxa de desemprego desde abaixo do objectivo

A taxa de desemprego em Junho situou-se em 11,2%, o que representa o nível mais baixo dos últimos seis anos (desde Novembro de 2009). Este valor encontra-se também abaixo da meta fixada pelo Governo  no Programa de Estabilidade, de 11,4%.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, vê nestes dados um sinal da aceleração da economia portuguesa. "Temos um segundo trimestre em que parece começar a haver sinais de que há uma aceleração da economia e de que algumas das políticas que estamos a fazer, nomeadamente de mobilização dos fundos comunitários, mobilização da capacidade de investimento, estão a ter resultados", afirmou.

Muito longe do período pré-crise

Apesar da recuperação, o emprego actual ainda nem sequer está ao nível do valor registado quando a troika entrou em Portugal. Falta-lhe 150 mil postos de trabalho. Se fizermos uma comparação com o pico de Junho de 2008 (antes da crise financeira) há um fosso de 416 mil empregos.

(Notícia actualizada com a comparação da criação de emprego deste ano com os últimos três anos)

Clima económico melhora em Julho O clima económico em Portugal melhorou em Julho revelam os inquéritos de conjuntura às empresas e consumidores do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este indicador foi impulsionado pela melhoria da confiança na indústria transformadora (interrompendo a tendência negativa que vinha desde Agosto de 2015), na construção e obras públicas (atingindo um máximo desde 2009) e no comércio. Nos serviços, a confiança diminuiu. Porém, a confiança dos consumidores deteriorou-se pelo segundo mês consecutivo, depois da subida registada em Maio, afectado pelas perspectivas relativas à evolução da situação económica do país, assim como das expectativas relativas à evolução do desemprego. As restantes componentes – perspectivas relativas à evolução da poupança e da situação financeira do agregado familiar – tiveram um contributo positivo.



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