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FMI corta a fundo nas previsões para os EUA e vê Zona Euro crescer um pouco mais

Entre as principais economias mundiais, a maior tesourada nas novas previsões do FMI vai para a taxa de crescimento da maior de todas elas, os Estados Unidos.

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04 de Outubro de 2016 às 14:00
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu significativamente em baixa a sua previsão de crescimento para a maior economia mundial, antecipando que, em ano eleitoral, os Estados Unidos cresçam apenas 1,6%, menos seis décimas do que estimava ainda há três meses.

 

A confirmar-se este andamento, a economia norte-americana sofrerá uma desaceleração significativa face a 2015, ano em que cresceu 2,6%, prevendo o Fundo uma aceleração para 2,2% no próximo ano, o que também traduz uma revisão em baixa, em três décimas, face às últimas previsões da instituição presidida por Christine Lagarde (na foto).

 

Em contrapartida, graças a Espanha (mais 0,5 pontos percentuais, a maior revisão em alta entre as economias analisadas) e à Alemanha (mais uma décima), a Zona Euro deverá comportar-se um pouco melhor do que o FMI esperava, ao crescer 1,7% neste ano e 1,5% no próximo, em ambos os casos, mais uma décima do que era antecipado em Julho.

 

Os novos números do FMI foram divulgados nesta terça-feira, 4 de Outubro, no âmbito do actualização das Perspectivas Económicas Mundiais.

Para o conjunto da economia mundial, o FMI não alterou os números, antecipando uma ligeira desaceleração da taxa de crescimento global de 3,2% no ano passado para 3,1% neste ano, projectando 3,4% para 2017. Estes valores ficam acima dos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que, no final de Setembro, reviu em baixa as suas previsões, antecipando que o mundo cresça neste ano 2,9% – o ritmo mais baixo desde, pelo menos, 2010, que fica já aquém dos 3% que os economistas consideram ser o limiar de uma recessão global.

 
No documento agora divulgado, o Fundo insiste na necessidade um apoio coordenado à procura mundial pelos países que dispõem de margem orçamental para aumentar o investimento público, na urgência de reformas no funcionamento das economias e na redinamização do comércio.

"Restringir o comércio seria um caso óbvio de negligência económica", avisou, na semana passada, Christine Lagarde, depois de lembrar que, desde a Segunda Guerra Mundial, esta actividade tem sido o motor que mais impulsionou o progresso económico. "O comércio cresceu ao dobro da taxa do PIB global até a crise de 2008, mas desde então tem caído abaixo desse ritmo. Isto deve-se principalmente à fraca procura global, mas um papel não-trivial tem sido jogado também pelo aumento das medidas proteccionistas nos últimos cinco anos", criticou.

Considerando que a política monetária ainda pode ajudar ao crescimento e que deve, por ora, permanecer acomodatícia, a directora-geral do Fundo apontou depois baterias aos governos, afirmando que há países onde há espaço orçamental para aumentar o investimento e, desse modo, a procura global; e que continua a ser necessário fazer reformas profundas no modo de funcionamento de muitas economias. "Ao contrário de 2008, não estamos hoje a defender um estímulo orçamental numa base ampla. O princípio básico é que os países com espaço orçamental devem usá-lo, como é o exemplo do Canadá, da Alemanha e da Coreia do Sul".


Para os países onde as finanças públicas estão já esticadas, como é o caso de Portugal, Lagarde recomendou que se repense onde se está a gastar o dinheiro dos contribuintes. "Pense em substituir gastos correntes por créditos fiscais associados a investigação e desenvolvimento que podem apoiar a tecnologia e promover a inovação", sugeriu.

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