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FMI: Economia global encolhe 3% e Zona Euro contrai 7,5% na "pior recessão desde a Grande Depressão"
A pandemia do novo coronavírus vai traduzir-se, em termos económicos, numa contração de 3% da economia global em 2020, projeta o FMI. O Fundo estima ainda que o conjunto da Zona Euro contraia 7,5% neste ano. Às contrações da Alemanha (-7%), França (-7,2%) e Estados Unidos (-5,9%), a China vai responder com um crescimento de 1,2%, bem abaixo da expansão de 6,1% conseguida em 2019.
Já se sabia que seria grande a "pancada" da pandemia do novo coronavírus para a economia mundial. Agora o Fundo Monetário Internacional (FMI) vem estimar, no World Economic Outlook, publicado esta terça-feira, a dimensão desse impacto numa contração da economia global de 3% em 2020, seguida de uma recuperação parcial assente numa expansão de 5,8% no ano seguinte.
Trata-se de uma ampla revisão em baixa, dado que, na atualização feita em janeiro, quando o surto estava ainda praticamente confinado à China, o Fundo projetava uma expansão económica de 3,3% neste ano e de 3,6% no próximo.
Também fortemente atingida pela propagação do novo coronavírus, Espanha deverá contrair 8% em 2020 e crescer 4,3% no ano que vem.
Na ótica do FMI, o desemprego vai voltar a disparar tanto na Itália como na Espanha, devendo aumentar em 2020 para 12,7% e 20,8%, respetivamente, face aos 10% e 14,1% registados no final do ano passado.
Para as duas maiores economias da Zona Euro, Alemanha e França, a instituição liderada por Kristalina Georgieva aponta para quebras do PIB de 7% e 7,2% em 2020, respetivamente, seguindo-se depois crescimentos de 5,2% e 4,5% em 2021.
Para o conjunto das 19 economias do bloco do euro, a instituição sediada em Washington antecipa uma contração de 7,5% no ano em curso e uma expansão de 4,7% em 2021. Na revisão feita no início deste ano, o FMI estimativa que a Zona Euro registasse um crescimentos de 1,3%, em 2020, e de 1,4%, em 2021.
EUA quebram quase 6% e China só cresce 1,2%
O World Economic Outlook agora divulgado aponta também para uma relevante contração (-5,9%) em 2020 da maior economia mundial, os Estados Unidos, que depois deverão avançar 4,7% no ano seguinte. Antes de o coronavírus assumir proporções de pandemia global, o Fundo esperava que o PIB dos EUA crescesse 2% em 2020 e 1,7% em 2021.
Já a China deverá ver a economia expandir-se em apenas 1,2% neste ano, isto depois de o crescimento de 6,1% obtido no ano passado já ter ficado aquém da tendência. A economia chinesa deverá depois retomar níveis elevados de crescimento em 2021, ano em que o FMI vê o produto da China crescer 9,2%.
Também sem contrair e com um crescimento bem mais moderado do que em anos recentes, a Índia deverá avançar 1,9% em 2020. Ainda entre as economias em desenvolvimento, o Fundo projeta que o PIB do Brasil encolha 5,2% em 2020 para depois crescer 3,4% em 2021, e que o produto da Rússia recue 5,5% neste ano antes de avançar 3,5% no próximo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia mundial tenha uma recessão de 3% em 2020, fruto do apelidado “Grande Confinamento” devido à pandemia de covid-19, de acordo com as Perspetivas Económicas Mundiais hoje divulgadas. (v- Gita Gopinath, economista-chefe do FMI)
"Esta é uma crise como nenhuma outra"
Na nota explicativa que acompanha esta atualização do World Economic Outlook, e que é assinada por Gita Gopinath, economista-chefe da instituição, o Fundo começa por salientar que "o mundo mudou dramaticamente" nos três meses que passaram desde o último relatório.
Gita Gopinath argumenta que "esta é uma crise como nenhuma outra" e aponta três razões para tal: a quebra económica causada pela crise sanitária será maior do que as perdas que espoletaram a crise financeira de 2007-08; como numa guerra ou crise política, persiste uma "incerteza severa sobre a intensidade e duração deste choque" económico; trata-se de uma crise em que é mais difícil adotar medidas de estímulo económico do que noutras, porque a paralisia económica decorre precisamente das medidas de contenção adotadas.
Como tal, a economista-chefe do FMI adianta como "muito provável que neste ano a economia global viva a pior recessão desde a Grande Depressão".
No entender de Gita Gopinath, em 2021 haverá uma "recuperação parcial" relativamente à recessão prevista para este ano, contudo o nível dessa recuperação está ainda dependente de uma série de variáveis que, nesta altura, é ainda impossível conhecer na total magnitude.
Gopinath salienta que o cenário de 2020 poderá ainda agravar-se em função da evolução de um conjunto de fatores: se as medidas de contenção se prolongarem, se as economias em desenvolvimento forem mais severamente atingidas, se as condições de financiamento ficarem mais apertas, ou ainda se a confiança se deteriorar ainda mais em resultado do progressivo encerramento de empresas e do aumento do desemprego.
Trata-se de uma ampla revisão em baixa, dado que, na atualização feita em janeiro, quando o surto estava ainda praticamente confinado à China, o Fundo projetava uma expansão económica de 3,3% neste ano e de 3,6% no próximo.
É muito provável que neste ano a economia global viva a pior recessão desde a Grande Depressão". Gita Gopinath
Sendo Itália o país europeu mais atingido pela pandemia, é natural que a economia transalpina esteja na linha da frente das mais penalizadas pelo surto. O FMI estima que o PIB italiano encolha 9,1% em 2020 e que cresça 4,8%. Após ter fechado 2019 com um crescimento de apenas 0,3%, em janeiro o Fundo projetava que a economia transalpina avançasse 0,5% no presente ano e 0,7% em 2021.
Também fortemente atingida pela propagação do novo coronavírus, Espanha deverá contrair 8% em 2020 e crescer 4,3% no ano que vem.
Na ótica do FMI, o desemprego vai voltar a disparar tanto na Itália como na Espanha, devendo aumentar em 2020 para 12,7% e 20,8%, respetivamente, face aos 10% e 14,1% registados no final do ano passado.
Para as duas maiores economias da Zona Euro, Alemanha e França, a instituição liderada por Kristalina Georgieva aponta para quebras do PIB de 7% e 7,2% em 2020, respetivamente, seguindo-se depois crescimentos de 5,2% e 4,5% em 2021.
Para o conjunto das 19 economias do bloco do euro, a instituição sediada em Washington antecipa uma contração de 7,5% no ano em curso e uma expansão de 4,7% em 2021. Na revisão feita no início deste ano, o FMI estimativa que a Zona Euro registasse um crescimentos de 1,3%, em 2020, e de 1,4%, em 2021.
EUA quebram quase 6% e China só cresce 1,2%
O World Economic Outlook agora divulgado aponta também para uma relevante contração (-5,9%) em 2020 da maior economia mundial, os Estados Unidos, que depois deverão avançar 4,7% no ano seguinte. Antes de o coronavírus assumir proporções de pandemia global, o Fundo esperava que o PIB dos EUA crescesse 2% em 2020 e 1,7% em 2021.
Já a China deverá ver a economia expandir-se em apenas 1,2% neste ano, isto depois de o crescimento de 6,1% obtido no ano passado já ter ficado aquém da tendência. A economia chinesa deverá depois retomar níveis elevados de crescimento em 2021, ano em que o FMI vê o produto da China crescer 9,2%.
Também sem contrair e com um crescimento bem mais moderado do que em anos recentes, a Índia deverá avançar 1,9% em 2020. Ainda entre as economias em desenvolvimento, o Fundo projeta que o PIB do Brasil encolha 5,2% em 2020 para depois crescer 3,4% em 2021, e que o produto da Rússia recue 5,5% neste ano antes de avançar 3,5% no próximo.
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"Esta é uma crise como nenhuma outra"
Na nota explicativa que acompanha esta atualização do World Economic Outlook, e que é assinada por Gita Gopinath, economista-chefe da instituição, o Fundo começa por salientar que "o mundo mudou dramaticamente" nos três meses que passaram desde o último relatório.
Gita Gopinath argumenta que "esta é uma crise como nenhuma outra" e aponta três razões para tal: a quebra económica causada pela crise sanitária será maior do que as perdas que espoletaram a crise financeira de 2007-08; como numa guerra ou crise política, persiste uma "incerteza severa sobre a intensidade e duração deste choque" económico; trata-se de uma crise em que é mais difícil adotar medidas de estímulo económico do que noutras, porque a paralisia económica decorre precisamente das medidas de contenção adotadas.
Como tal, a economista-chefe do FMI adianta como "muito provável que neste ano a economia global viva a pior recessão desde a Grande Depressão".
No entender de Gita Gopinath, em 2021 haverá uma "recuperação parcial" relativamente à recessão prevista para este ano, contudo o nível dessa recuperação está ainda dependente de uma série de variáveis que, nesta altura, é ainda impossível conhecer na total magnitude.
Gopinath salienta que o cenário de 2020 poderá ainda agravar-se em função da evolução de um conjunto de fatores: se as medidas de contenção se prolongarem, se as economias em desenvolvimento forem mais severamente atingidas, se as condições de financiamento ficarem mais apertas, ou ainda se a confiança se deteriorar ainda mais em resultado do progressivo encerramento de empresas e do aumento do desemprego.