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Empresários fecham ano mais otimistas. Consumidores estão mais reticentes
Inquéritos de conjuntura do INE revelam sentimentos mistos entre consumidores e empresários. Indicador de clima económico aumentou entre setembro e dezembro, atingindo valores pré-pandemia. Indústria transformadora é o único setor com uma ligeira redução da confiança no futuro.
O fim do ano trouxe sentimentos mistos aos consumidores e empresários. Os inquéritos de conjuntura divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que os empresários estão mais otimistas em relação aos próximos meses. Em sentido contrário, a confiança dos consumidores diminuiu em dezembro.
A diminuição da confiança dos consumidores é explicada por um menor otimismo em relação à evolução futura da situação económica do país e à situação financeira do agregado familiar. Além disso, há um menor otimimo face à evolução passada da situação financeira do agregado familiar, o que explica que este indicador tenha registado uma queda face ao mês anterior, após ter "aumentado ligeiramente".
Em sentido contrário, as expectativas dos consumidores sobre a evolução futura de realização de compras importantes por parte das famílias registaram "um contributo ligeiramente positivo", mas que não foi suficiente para evitar uma diminuição no indicador, que recuou de -14,5 pontos para -15,7.
O indicador de clima económico – que sintetiza os saldos de respostas aos inquéritos de conjuntura feitos às empresas dos diferentes setores de atividade (Indústria Transformadora, Construção e Obras Públicas, Serviços e Comércio) – "aumentou entre setembro e dezembro, atingindo um valor igual ao observado em março de 2019", ou seja, no período pré-pandemia em Portugal. Em termos gerais, o indicador de clima económico subiu de 2,8 pontos para 2,9.
Esse maior otimismo reinou nos principais setores de atividade analisados, com exceção da Indústria Transformadora. Neste último, as maiores reticências deveram-se às perspetivas menos positivas em termos de produção e às apreciações relativas aos stocks de produtos acabados. Já as opiniões sobre a evolução da procura global contribuíram positivamente.
Em relação a uma eventual subida de preços nos próximos três meses, as expectativas dos empresários em dezembro apontam para um aumento, nomeadamente na Construção e Obras Públicas, no Comércio e, "de forma expressiva", na Indústria Transformadora. Em contraciclo, o setor dos Serviços está a antecipar uma diminuição "ligeira" nos preços até março.