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Emprego da Zona Euro afinal travou no segundo trimestre

Eurostat reviu em baixa estimativa anterior. No espaço da moeda única, o emprego afinal perdeu ritmo, ficando praticamente estagnado e acompanhando a perda progressiva de ritmo das economias do grupo.

A fábrica famalicense de pneus da Continental, que emprega a maioria dos 3.700 trabalhadores do grupo em Portugal, não será afetada pela supressão de pessoal da multinacional.
Paulo Duarte
18 de Outubro de 2024 às 12:17
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O emprego na Zona Euro, afinal, travou no segundo trimestre, com o Eurostat a atualizar em baixa nesta sexta-feira uma estimativa inicial que apontava para um crescimento de 0,2% e que apontava para uma manutenção de ritmo do mercado de trabalho, embora a um nível muito baixo.

Os dados revistos mostram, no entanto, que o emprego acabou por abrandar nos meses da primavera, sendo apurada afinal apenas uma variação de 0,1%, ou seja, uma quase estagnação.

Os dados vão no sentido dos receios - nomeadamente, discutidos no seio do Banco Central Europeu, que avançou para um novo corte de taxas de juro nesta semana - de que o mercado de trabalho cuja força permitiu à Zona Euro atravessar o choque inflacionista sem sinais de recessão esteja agora a enviar sinais mais negativos. 

A variação trimestral do emprego apurada pelo Eurostat para o conjunto dos 20 países da moeda única está em linha com aquela que se observa nas duas maiores economias do grupo, Alemanha e França. No caso da Alemanha, o emprego segue há quatro trimestres consecutivos com variações em cadeia que não vão além de 0,1%. A situação é idêntica em França. 

Em Itália, também, é visível o abrandamento (para 0,3% de subida no segundo trimestre), enquanto em Espanha o mercado de trabalho congelou nesse período, com uma variação nula. Nos Países Baixos, regista-se também abrandamento, para 0,1% de subida.

No grupo dos países do euro há, também, situações de quebra visível no emprego, sendo o caso da Grécia (-0,2%), Áustria (-0,2%), Eslovénia (-0,1%) e Finlândia (-0,4%).

No caso de Portugal, o mercado de trabalho tem também vindo a arrefecer, com o crescimento do emprego a ceder de 0,3% no primeiro trimestre para 0,2% no segundo trimestre.

O enfraquecimento agora mais visível do mercado de trabalho sucede a uma série de fracos trimestres de crescimento económico no bloco do euro. O Eurostat confirma nesta sexta-feira uma abrandamento de 0,3% para 0,2% de subida do PIB na Zona Euro no segundo trimestre, num momento em que as economias de Alemanha, Áustria e Letónia se encontram em contração e vários países apresentam desempenhos mais moderados (a Polónia é ainda uma exceção, acelerando para 1,5% de crescimento no segundo trimestre).

Apesar disso, há revisões em alta na evolução trimestral do PIB para alguns países. Nomeadamente, para Croácia (de 0,8% para 1%), Letónia (de -0,9% para -0,1%).

Já Chipre conhece uma forte revisão em baixa nos dados do segundo trimetsre, com a variação em cadeia a passar de 0,7% a crescimento nulo. Também a Lituânia, regista afinal não uma subida no PIB de 0,7%, mas antes de 0,3%, e a Finlândia cresce 0,1% afinal, e não 0,3%.

Neste quadro, Portugal tem também visto o PIB abrandar consecutivo, com variações de 0,8%, 0,6% e 0,2% nos últimos três trimestres apurados, e já com as últimas revisões realizadas pelo INE.

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