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Economistas do FMI avisam que as pandemias agravam as desigualdades

Três economistas do FMI foram estudar como evoluiu o índice de Gini, que mede as desigualdades, na sequência de cinco pandemias do passado. O alerta é claro: os mais desprotegidos sofrem mais.

Reuters
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A julgar pelas pandemias do passado, o custo da crise provocada pela covid-19 vai ser maior para a fatia mais desfavorecida da população. O alerta é deixado pelo FMI, num artigo publicado esta segunda-feira, no blog do Fundo.

"Se as pandemias do passado servirem de guião, o custo nos segmentos mais pobres e mais vulneráveis da sociedade vai ser muito pior", lê-se no artigo assinado por Davide Furceri, Prakash Loungani, Jonathan D. Ostry, três peritos do organismo internacional.

"Concluímos que as maiores epidemias deste século trouxeram mais desigualdade de rendimentos e prejudicam o emprego de quem tem qualificações ao nível do ensino básico, quase não prejudicando o emprego das pessoas com níveis avançados de formação", frisam. 

Os três economistas foram olhar para o que aconteceu ao índice de Gini, que mede as desigualdades, nos cinco anos que se seguiram a cinco episódios pandémicos do passado: o da SARS, de 2003, o H1N1, de 2009, o MERS, de 2012, o Ébola, de 2014 e o Zika, de 2016.

Em média, nestes cinco eventos o índice de Gini (depois das transferências sociais e dos apoios decididos pelos Governos) piorou 1,5%, o que os peritos consideram ser um agravamento forte das desigualdades, num período de tempo relativamente curto. A explicar estes resultados está sobretudo o facto de a quebra no emprego menos qualificado ser significativa (mais de 5% ao fim de cinco anos), enquanto os empregos qualificados o impacto é "escasso".

Perante esta análise, o FMI recomenda que os Governos encontrem medidas para partilhar o risco e os custos sociais da crise, tais como o acesso a subsídios por doença ou desemprego, apoios à manutenção dos postos de trabalho, entre outros.
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