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Economia pode abrandar e mesmo assim cumprir meta de crescimento

Com a conjuntura externa a degradar-se, a resiliência da economia portuguesa está a ser posta à prova. Mas a meta de crescimento definida pelo Governo ainda pode ser atingida.

EPA
15 de Agosto de 2019 às 12:00
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Mesmo que a economia portuguesa perca ritmo na segunda metade do ano, como é de esperar, a meta de crescimento do PIB de 1,9% definida pelo Governo para 2019 ainda pode ser alcançada. A conclusão resulta da análise aos números publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira.

Na primeira metade deste ano, a economia portuguesa cresceu a um ritmo de 0,5% a cada três meses. Olhando para o primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento médio foi de 1,8%, mostram os dados do INE.

Ora, basta que na segunda metade do ano o PIB aumente a uma média de 0,4% por trimestre para conseguir um crescimento médio anual de 1,9%, o número que Mário Centeno inscreveu no Programa de Estabilidade, apresentado em Abril.

Mas embora a matemática ainda esteja do lado do ministro das Finanças, chegar ao objetivo traçado não são favas contadas. É que com um contexto internacional cada vez mais difícil, é quase certo que a atividade económica portuguesa também vai perder balanço – a questão é saber quanto vai abrandar.

Sinais positivos e negativos

O reporte do INE adianta que no segundo trimestre já foi visível um abrandamento da procura interna: as famílias consumiram menos e as empresas travaram o investimento. A subida mais lenta do investimento já era previsível, uma vez que nos primeiros três meses do ano a subida tinha sido justificada sobretudo pela reposição de stocks, um movimento que seria dificilmente repetível.

Ainda assim, a procura externa manteve-se firme, fazendo com que as exportações desacelerassem menos do que as importações. O problema é que esta resiliência está cada vez mais a ser posta à prova.

A atividade económica da Alemanha, um dos principais parceiros comerciais de Portugal, contraiu 0,1% no segundo trimestre do ano. Itália, outro parceiro importante, atravessa uma crise política profunda. A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China continua sem tréguas e o risco de um Brexit sem acordo é crescente.

Tudo isto são fatores que comprometem a procura externa, fundamental para contrabalançar as necessidades de importação da economia portuguesa, bem com o investimento, outro dos motores saudáveis para sustentar o PIB nacional.
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