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Dividendos e fundos comunitários travam excedente externo

Portugal manteve um excedente externo nos primeiros sete meses, mas o valor diminuiu, sobretudo devido à balança de rendimento primário, onde se encontram os dividendos e os juros, e à redução de fundos comunitários.

Bruno Simão
20 de Setembro de 2016 às 13:20
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O saldo externo de Portugal fixou-se, nos primeiros sete meses do ano, em 249 milhões de euros, o que corresponde a uma deterioração face ao mesmo período do ano passado, altura em que se situou em 1,16 mil milhões de euros. Os dados são do Banco de Portugal que divulgou esta terça-feira, 20 de Setembro, os números da balança de pagamentos até Julho.

 

A contribuir para este comportamento esteve o aumento do défice da balança de rendimento primário, que totalizou 3,06 mil milhões. O Banco de Portugal explica que "esta evolução resulta, sobretudo, do aumento dos rendimentos distribuídos a não residentes." Esta rubrica inclui os rendimentos do trabalho e os rendimentos de IDE e carteira: juros, dividendos. Assim, uma fatia importante deste segmento são os dividendos, cujo maior bolo é pago na primeira metade do ano. Um dos casos com maior peso será a EDP que este ano distribuiu um total de 676 milhões de euros pelos seus accionistas, sendo que uma grande fatia deste montante vai para fora.

 

A redução dos fundos comunitários também pesou na balança de pagamentos, adianta a mesma fonte.

 

Do lado oposto, e a contribuir para o excedente externo esteve a balança de bens e serviços, que melhorou em 580 milhões de euros, ao beneficiar de uma queda das importações superior à descida das exportações.

 

"A rubrica ‘Viagens e turismo’ apresentou um saldo positivo de 4.385 milhões de euros, mais 11,5% do que em igual período de 2015", o que também contribuiu para que o saldo da balança de pagamentos seja positivo.

 

O Banco de Portugal adianta ainda que "entre Janeiro e Julho de 2016, o saldo da balança financeira registou um aumento dos activos líquidos de Portugal sobre o exterior no valor de 543 milhões de euros. No mês de Julho, o saldo de 1634 milhões de euros explica-se, sobretudo, por um acréscimo dos activos de reserva (controlados pelo banco central), reflexo de operações no âmbito da gestão de activos líquidos."

 

Na segunda-feira, o Eurostat divulgou os dados da balança de pagamentos da União Europeia, tendo discriminado os dados por países, com os valores a serem apenas os dados mensais e não acumulados. Em Julho, segundo as métricas do instituto de estatística europeu, Portugal registou um excedente externo superior a mil milhões de euros, o que corresponde ao quarto maior excedente da Zona Euro.

 

O Eurostat não adiantou pormenores por países sobre as componentes que contribuem para a balança de pagamentos.

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