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Crise do custo de vida é o maior risco apontado por líderes políticos e empresariais

Para os próximos dois anos, as pressões inflacionistas e a deterioração da economia com a erosão do poder de compra surgem como os riscos mais severos. No horizonte de uma década, as crises ambientais e sociais são as mais destacadas entre 1.200 inquiridos.

Phil Noble/Reuters
11 de Janeiro de 2023 às 09:31
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Nos próximos dois anos, a crise do custo de vida é vista como o principal risco para os inquiridos para o Global Risks Report 2023, preparado para o Fórum Económico Mundial pela Marsh McLennan e pela Zurich e divulgado esta quarta-feira, 11 de janeiro.

As conclusões resultam do inquérito lançado a 1.200 especialistas, decisores políticos e líderes empresariais na identificação dos principais riscos globais a curto, médio e longo prazo. O relatório aponta para o surgimento de "riscos antigos", como a inflação, a crise do custo de vida, as guerras comerciais, a agitação social generalizada, os confrontos geopolíticos e até o espetro da guerra nuclear, devido à invasão russa da Ucrânia.

O Global Risks Report 2023 aponta o fim de uma era económica e o início de outra caracterizada por elevada incerteza, sobretudo pela duração da guerra ou a falha nas cadeias de abastecimento.

E o combate à inflação pelos bancos centrais em todo o mundo pode conduzir a "choques de liquidez" e a "uma desaceleração económica mais prolongada" devido a um "erro de calibração entre políticas monetárias e orçamentais". Mais, "uma inflação contínua induzida pela oferta poderá conduzir a uma estagflação, cujas consequências socioeconómicas poderão ser graves, dada a interação sem precedentes com níveis historicamente elevados da dívida pública", referem os autores do estudo. E mesmo que a desaceleração económica seja mais suave do que o esperado, o "fim da era das taxas de juro baixas terá ramificações significativas para os governos, as empresas e famílias".

Mas as guerras económicas também se tornarão a "norma" entre as potências mundiais, com os Estados a introduzirem políticas protecionistas durante os próximos dois anos que, de acordo com o relatório, serão "cada vez mais utilizadas ofensivamente para restringir a ascensão de outras [potências rivais]".

Uma década de múltiplas crises

Para os próximos dez anos, os decisores políticos e líderes empresariais apontam os riscos climáticos e ambientais como os principais riscos globais. A falta de coordenação e a falha nos progressos de mitigação das alterações climáticas acabarão por conduzir a um colapso dos ecossistemas.

"A ‘perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas’ é vista como um dos riscos globais que mais rapidamente se deteriorarão ao longo da próxima década, e todos os seis riscos ambientais figuram nos 10 principais riscos ao longo dos próximos dez anos", refere o documento.

A década será marcada por "crises contínuas simultâneas", com mudanças "estruturais no panorama económico e geopolítico", acelerando outros riscos. "Choques simultâneos, riscos profundamente interligados e resiliência em erosão estão a dar origem ao risco de poli-crises – onde crises diferentes interagem de tal forma que o impacto global excede, em muito, a soma de cada parte", indicam os autores do estudo.

"Mais de quatro em cada cinco inquiridos no Global Risks Perception Survey (GRPS) antecipam uma volatilidade consistente ao longo dos próximos dois anos no mínimo, com choques múltiplos acentuando trajetórias divergentes", mostrando menos pessimistas para a década. "Pouco mais de metade dos inquiridos têm uma perspetivas negativa e quase um em cada cinco prevê uma volatilidade limitada com relativa estabilidade nos próximos 10 anos".


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