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Costa: Portugal acelerou, o IGCP vai reembolsar e a banca pode aproveitar
"[Há factos] que nos permitirão novas antecipações do pagamento das amortizações da dívida, designadamente ao FMI", disse António Costa na inauguração do Totta, onde revelou que Portugal terá crescido no quarto trimestre.
Na intervenção feita esta terça-feira no Santander Totta, António Costa deixou orientações económicas aos portugueses. Primeiro, admitiu que o crescimento de Portugal poderá ter acelerado nos últimos três meses do ano. Depois, disse que há medidas que permitem a redução da dívida, antecipando novos reembolsos ao Fundo Monetário Internacional. E ainda lembrou a banca, com elevados níveis de imóveis nos balanços, de que há formas de aproveitar essa debilidade.
"Portugal está a acelerar o seu ritmo de crescimento e no terceiro trimestre do ano passado teve o ritmo mais alto de toda a União Europeia", disse António Costa, referindo-se ao avanço de 1,6% do produto interno bruto do período entre Junho e Setembro.
Em relação aos últimos três meses do ano, a expectativa é que Portugal "não só tenha consolidado, mas até acelerado um pouco o que eram os dados do terceiro trimestre", como cita a Lusa.
A trajectória económica portuguesa foi elogiada por Ana Botín, que se referiu aos dados provisórios do desemprego, de 10,2% em 2016, e às finanças públicas, com o défice orçamental a não superar 2,3% do PIB. Aliás, Costa referiu especificamente esses dados na sua intervenção.
O líder do Executivo referiu que, para o futuro, há menos limitações que no passado. Houve operações extraordinárias como a resolução do Banif (vendido ao Santander Totta numa operação em que os encargos públicos podem ascender a 3 mil milhões de euros) e a capitalização da CGD. Sem elas, "a dívida bruta teria sido reduzida".
Como não se vão repetir, há libertação de recursos. Além disso, os CoCos serão devolvidos pelo BCP e a garantia do BPP será devolvida, acredita. "[Factos] que nos permitirão novas antecipações do pagamento das amortizações da dívida, designadamente ao FMI", revelou o primeiro-ministro.
Sobre os problemas específicos da banca, Costa deixou uma palavra: "Nos bancos, quando falam muito do lixo que têm acumulado em matéria de imobiliário, há sempre valor a descobrir onde muitas vezes não se pensa que existia". "Não há problema que não tenha solução", disse, lembrando que foi assim que o edifício do Santander Totta, que foi inaugurar ao lado de Ana Botín, Vieira Monteiro e Fernando Medina, utilizou um talude que tinha como utilização a apresentação de um anúncio do Jardim Zoológico.