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Portugal liderou crescimento no Grupo Santander em 2016
Com um aumento dos lucros de 33%, Portugal foi a geografia onde os resultados líquidos mais subiram.
Olhando para o resultado líquido do grupo Santander por geografias, Portugal aparece à frente com um crescimento dos lucros atribuíveis ao grupo de 33%, à frente do México (18%), Chile (16%) e do Brasil (15%). No extremo oposto estão os Estados Unidos (-42%). Os números estão corrigidos de efeitos cambiais.
A comparação está na apresentação de resultados do grupo, que ocorreu na quarta-feira, dia 25. E vem destacada na coluna Lex do Financial Times de quinta-feira, dia 26, onde um gráfico mostra Portugal como a geografia em que o crescimento percentual dos lucros foi mais elevado. O país é um dos "miúdos brilhantes" que permitiram ao banco aumentar os resultados em 2016.
"Há sempre um, dizem os professores. O aluno disruptivo na classe de 10 bancos nacionais do Banco Santander foram os Estados Unidos. Os lucros atribuíveis caíram 42% para 395 milhões de euros em 2016, mesmo o grupo tendo conseguido um aumento global de 4% para seis mil milhões de euros. Um resultado conseguido graças aos miúdos brilhantes da frente", lê-se no Lex (conteúdo fechado).
A análise incide na taxa de crescimento. O valor dos lucros conta, como é evidente, uma história diferente que tem a ver com a escala de cada país. Com um resultado líquido de 399 milhões de euros, Portugal pesa apenas 5% nos resultados globais, muito longe dos 21% do Brasil ou os 20% do Reino Unido, que ficam até acima de Espanha (12%).
O artigo do FT nota que o Santander funciona como uma rede de "franchising", "mais do que a maioria das multinacionais, e um pouco menos do que um operador de fast-food como o Subway". Madrid fornece uma marca, uma estratégia colectiva e um manual de regras. As subsidiárias têm liberdade de actuação, a menos que as coisas dêem para o torto.
O Lex nota que a diversidade de países, e o mix entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, trazem estabilidade e segurança.
Sobre os resultados: "Foram suficientes para persuadir os críticos de que a gestão merece o salário. A margem financeira caiu 3,4%, mas o corte de custos permitiu um crescimento dos lucros".
O rácio de capital "core" (10,6%) "ainda é baixo pelo ‘standard’ dos bancos universais. O Santander argumenta que o facto de não ter ‘trading’ de obrigações torna o rácio aceitável. O que é discutível, tendo em conta os problemas domésticos da banca espanhola com o crédito imobiliário". O texto salienta, no entanto, o nível de incumprimento de 4%, com que os compatriotas só poem sonhar.
Sobre as acções, o artigo salienta que o Santander negoceia com um valor que é 1,3 vezes os capitais próprios, muito acima de outros bancos. "Mas um dos miúdos mais rebeldes vai deixar outra bomba de mau cheiro, mais cedo ou mais tarde, criando uma oportunidade de compra".
O Santander Totta anunciou esta semana que os lucros aumentaram em quase 36%. Saiba o que influenciou os números.