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Consumo e exportações suportam crescimento de 1,5% em 2015 (act.)
Puxada por consumo privado e exportações, a economia portuguesa cresceu 1,5% em 2015, confirmou o INE. É a taxa de crescimento mais elevada desde 2010, em linha com a média da Zona Euro.
A economia portuguesa cresceu 1,5% em 2015, puxada pelo consumo e exportações, revelou segunda-feira o INE, confirmando a primeira estimativa. A economia nacional registou assim o melhor desempenho desde 2010, em linha com a média de crescimento de 1,5% da Zona Euro.
O valor confirma a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística a 12 de Fevereiro. Na altura o INE justificou a aceleração económica face ao crescimento de 0,9% de 2014 com "um contributo menos negativo da procura externa líquida". Agora, o instituto de estatística mantém o diagnóstico, mas acrescenta que o consumo privado e público deram ao maior dinamismo da economia: "Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 1,5% em volume, mais 0,6 pontos percentuais (pontos percentuais) que o verificado no ano anterior", que justifica com o "crescimento mais intenso das despesas de consumo final [face a 2014], uma vez que o investimento desacelerou" e com "contributo menos negativo" da procura externa líquida que reflectiu uma "aceleração das exportações de bens e serviços".
A economia nacional acabou por crescer menos do que se chegou a esperar a meio do ano passado, o que resultou de um abrandamento na parte final do ano.
"No 4.º trimestre de 2015, o PIB registou, em termos homólogos, um aumento de 1,3% em volume (variação de 1,4% no trimestre anterior)", quantifica o INE, que explica que "a procura externa líquida [exportações subtraídas de importações] apresentou um contributo ligeiramente mais negativo para a variação homóloga do PIB, reflectindo a desaceleração das exportações de bens e serviços mais intensa que a das importações de bens e serviços", sendo que "o contributo da procura interna [consumos privado e público e investimento] manteve-se em 2,1 pontos percentuais no 4.º trimestre".
Investimento com sinais mistos
Os dados do instituto de estatística dão conta que o crescimento de 1,5% da economia resultou de um aumento de 2,4% da procura interna (consumo privado e público e investimento), acompanhado de crescimentos anuais de 5,1% das exportações e 7,3% das importações.
Do lado da procura interna, o INE dá conta de um aumento de 2,6% no consumo privado (2,2% em 2014), de 0,8% nos gastos de consumo das Administrações Públicas (-0,5% em 2014), e de uma desaceleração do investimento, que aumentou 3,6% face ao ano anterior (5,5% em 2014).
O INE sublinha no entanto que o desempenho do investimento foi muito influenciado pela variação de existências [materiais em armazém], que estagnaram em 2015. Sem este efeito, a Formação Bruta de Capital Fixo aumentou 3,7% em volume, acelerando face aos 2,8% de 2014 com a ajuda da construção e do equipamento de transporte.
Como resultado destas dinâmicas, a procura interna [consumos privado e publico e investimento] contribuiu com 2,5 pontos percentuais para o crescimento do PIB em 2015, o qual é também influenciado pelo contributo negativo de um ponto da procura externa líquida (exportações subtraídas de importações), e resultando no avanço de 1,5% em termos reais face ao PIB de 2014.
Em termos nominais o produto interno bruto de 2015 ascendeu a 179,4 mil milhões de euros, crescendo 3,5% face a 2014.
(Notícia actualizada às 12:05)