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Banco de Portugal mantém previsão de crescimento para 2015

O Banco de Portugal continua a prever um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1,5% no próximo ano, uma estimativa que é idêntica à do Executivo.

10 de Dezembro de 2014 às 13:03
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O Banco de Portugal (BdP) apresentou quarta-feira, dia 10 de Dezembro, uma projecção para a evolução da economia portuguesa em 2015 em linha com as estimativas do Governo em várias variáveis, incluindo um crescimento do PIB. O alinhamento das previsões poderá funcionar como um argumento útil para o Executivo, que tem sido acusado de optimismo nas previsões que inclui no Orçamento do Estado para 2015.

 

Segundo o BdP a economia portuguesa crescerá 1,5% em 2015, o mesmo que previu há seis meses, e exactamente o mesmo valor previsto pelo Executivo, e acima das previsões da Comissão Europeia (1,3%) e FMI (1,2%).

 

"As projecções para o crescimento do PIB em 2015 [1,5%] e 2016 [1,6%] apresentam-se virtualmente inalteradas face ao Boletim Económico de Junho de 2014, contemplando igualmente uma revisão da composição da procura no sentido de um maior dinamismo do consumo e da FBCF em 2015" lê-se no boletim Económico de Outono, onde a instituição destaca que "as actuais projecções apontam para a continuação de um processo de recuperação moderada da actividade económica, que se deverá traduzir num crescimento médio em 2014-2016 ligeiramente superior ao projectado para a área do euro".

 

A procura interna será o dinâmico da economia nacional em 2015: o consumo privado crescerá 2,1% (2% nas previsões do Governo), consumo público cairá 0,5% (em linha com Orçamento do Estado) e investimento recuperará 4,2%, um valor que supera as estimativas tanto do Governo (2%), como da Comissão Europeia (4,2%). 

 

"Esta evolução [do investimento] traduz em larga medida a trajectória de aceleração projectada para o investimento empresarial, de -2,4% em 2013 para 2,8% em 2014 e 4,9% em média em 2015-20", explica o BdP no mesmo documento.

 

As previsões de Outono incorporam as medidas do Orçamento do Estado para 2015 – cuja eficácia é questionada pelo Banco de Portugal, que não apresentou previsões para a evolução do défice orçamental -, assim como o efeito da queda do preço do petróleo dos últimos meses (embora não incluindo as últimas três semanas). Os números hoje divulgados já têm também em conta a degradação da conjuntura europeia traduzida, por exemplo, nas últimas previsões do Eurosistema (BCE e bancos centrais da zona euro) divulgadas há uma semana, que reviram em baixa a previsão de crescimento do Zona Euro de 1,6% para 1% no próximo ano.

 

O banco central garante que os efeitos da pior conjuntura internacional estão contemplados no exercício de previsão, em particular por uma revisão em baixa do crescimento previsto para as exportações que passou de 6,1% em Junho para 4,2% na actual projecção.

 

O efeito não se sente ao nível do crescimento do PIB por duas razões: por um lado, o crescimento das importações (que subtraem ao PIB) também foi revisto em baixa – isto apesar do aumento mais expressivo esperado para o consumo e investimento. Por outro, a procura interna (ou seja o consumo e o investimento) entrarão em campo para compensar, espera o Banco de Portugal.

 

A terminar os economistas do banco central defendem que "as projecções são consistentes com uma afectação de recursos crescentemente orientada para os sectores transaccionáveis e mais produtivos da economia", avisando no entanto que "o potencial de crescimento previsto para a economia portuguesa no horizonte de projecção é relativamente limitado. De facto, a desalavancagem dos sectores público e privado, os desenvolvimentos demográficos, os limitados níveis de capital produtivo por trabalhador e o baixo dinamismo previsto para os principais parceiros comerciais – com destaque para o conjunto da área do euro – continuarão a condicionar o potencial de crescimento da economia portuguesa no futuro". 

 

O Boletim Económico de Outono reviu também em baixa as estimativas para a inflação e para o saldo externo, colocando o país em situação de deflação em 2014. Os preços deverão cair este ano (contra uma previsão de um aumento de 0,2% antecipada em Junho) e crescer 0,7% em 2016 (menos 0,3 pontos que o previsto em Junho). O saldo externo (medido pelo conjunto das balanças corrente e de capital) também diminuirá, mas permanecerá positivo, com o país a financiar o resto do mundo em cerca de 2,8% do PIB. 

 

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