Notícia
Banco Mundial estima que economia global cresça abaixo do histórico e estabilize até 2026
Organização presidida por Ajay Banga reviu em alta previsões de crescimento da economia global para 2,6% este ano. Mas alerta que quase 60% das economias em todo o mundo terão um crescimento do PIB inferior à média histórica. Até 2026, crescimento mundial estabiliza.
O Banco Mundial reviu esta terça-feira em ligeira alta as projeções de crescimento da economia global para este ano, de 2,4 para 2,6%. Mas a organização presidida por Ajay Banga estima que a economia global cresça abaixo do histórico e estabilize até 2026, devido às "crescentes tensões geopolíticas" Ucrânia e Faixa de Gaza e às taxas de juro elevadas.
"Apesar de uma melhoria nas perspetivas de crescimento no curto prazo, as perspetivas são moderadas face ao histórico, tanto nas economias avançadas como nas economias emergentes e em desenvolvimento. Espera-se que o crescimento mundial ao longo do horizonte de previsão seja quase meio ponto percentual abaixo do seu ritmo médio de 2010-2019", lê-se no relatório divulgado pelo Banco Mundial.
Entre 2010 e 2019, o ritmo médio de crescimento da economia global foi de 3,1%. Para este ano e os próximos dois, as previsões do Banco Mundial apontam para que o crescimento da economia global tenha "um desempenho inferior à média de 2010 em quase 60%" das economias em todo o mundo, incluindo na Zona Euro, afetando "mais de 80% da população e da produção mundial".
Este ano, será a primeira vez nos últimos três anos em que o produto interno bruto (PIB) global deverá estabilizar, nos 2,6%. Já em 2025 e 2026, a organização sediada em Washington DC estima que a economia global cresça, em média, 2,7%, mais uma décima do que o previsto para 2024, devido a um crescimento modesto do comércio internacional e do investimento.
Por outro lado, a inflação global deverá abrandar, embora "a um ritmo mais lento do que o anteriormente previsto", com o Banco Mundial a antecipar que atinja uma média de 3,5% este ano. Isso deverá levar a uma maior cautela por parte dos bancos centrais e é de esperar que "as taxas médias de juro de referência nos próximos anos continuem a ser cerca do dobro da média de 2000-2019".
As previsões do Banco Mundial são mais pessimistas do que as do Fundo Monetário Internacional (FMI), conhecidas em abril, que apontam para um crescimento mundial de 3,2%.
O Banco Mundial antevê que os Estados Unidos cresça 2,5% este ano e 1,8% no próximo, devido aos "efeitos cumulativos" da subida das taxas de juro por parte da Fed e a uma "orientação orçamental contracionista". Na China, o crescimento deverá abrandar para 4,8% em 2024, face a 5,2% em 2023, em consequência de um crescimento do consumo mais fraco que atenuará o aumento esperado nas exportações de bens e na atividade industrial, apoiado pela recuperação do comércio mundial. Em 2025, o PIB chinês deverá atingir 4,1%.
Já para a Zona Euro, as projeções do Banco Mundial apontam para um crescimento de 0,7% este ano, apoiado por uma recuperação dos rendimentos reais das famílias a par de um crescimento "ainda moderado" do investimento e das exportações. Em 2025, o crescimento previsto é de 1,4%, "à medida que a recuperação do crescimento das exportações e do investimento ganha ritmo, beneficiando este último de taxas diretoras [do Banco Central Europeu] mais baixas e da absorção de fundos da UE".
Tensões geopolíticas e guerras comerciais entre os maiores riscos
O Banco Mundial sublinha que estas previsões não estão isentas de riscos e que esses continuam "inclinados para o lado negativo", apesar de admitir também a possibilidade de surpresas positivas. Por um lado, as tensões geopolíticas podem levar a uma maior volatilidade no preços das matérias-primas e, por outro, a "fragmentação do comércio mundial" poderá causar perturbações extra nos fluxos comerciais.
Em relação ao comércio internacional, a organização presidida por Ajay Banga nota que "a incerteza da política comercial já atingiu níveis excecionalmente elevados em comparação com outros anos que registaram eleições importantes em todo o mundo desde 2000". Com eleições norte-americanas marcadas para este ano, teme-se que um regresso de Donald Trump à Casa Branca possa trazer mais protecionismo.
Há também riscos associados a uma inflação mais persistente, o que poderá atrasar a flexibilização monetária. O Banco Mundial indica que novas subidas das taxas de juro podem ditar um arrefecimento maior da atividade económica mundial e "algumas das grandes economias poderão crescer mais lentamente do que o previsto atualmente devido a uma série de desafios internos".
"Outras catástrofes naturais relacionadas com as alterações climáticas também poderão prejudicar a atividade económica", acrescenta.
Numa perspetiva mais otimista, o Banco Mundial refere que a inflação mundial poderá "moderar-se mais rapidamente do que o previsto no cenário de base, permitindo uma flexibilização mais rápida da política monetária", contribuindo para uma maior expansão económica global. Além disso, "o crescimento nos Estados Unidos poderá ser mais forte do que o esperado".
"Apesar de uma melhoria nas perspetivas de crescimento no curto prazo, as perspetivas são moderadas face ao histórico, tanto nas economias avançadas como nas economias emergentes e em desenvolvimento. Espera-se que o crescimento mundial ao longo do horizonte de previsão seja quase meio ponto percentual abaixo do seu ritmo médio de 2010-2019", lê-se no relatório divulgado pelo Banco Mundial.
Este ano, será a primeira vez nos últimos três anos em que o produto interno bruto (PIB) global deverá estabilizar, nos 2,6%. Já em 2025 e 2026, a organização sediada em Washington DC estima que a economia global cresça, em média, 2,7%, mais uma décima do que o previsto para 2024, devido a um crescimento modesto do comércio internacional e do investimento.
Por outro lado, a inflação global deverá abrandar, embora "a um ritmo mais lento do que o anteriormente previsto", com o Banco Mundial a antecipar que atinja uma média de 3,5% este ano. Isso deverá levar a uma maior cautela por parte dos bancos centrais e é de esperar que "as taxas médias de juro de referência nos próximos anos continuem a ser cerca do dobro da média de 2000-2019".
As previsões do Banco Mundial são mais pessimistas do que as do Fundo Monetário Internacional (FMI), conhecidas em abril, que apontam para um crescimento mundial de 3,2%.
O Banco Mundial antevê que os Estados Unidos cresça 2,5% este ano e 1,8% no próximo, devido aos "efeitos cumulativos" da subida das taxas de juro por parte da Fed e a uma "orientação orçamental contracionista". Na China, o crescimento deverá abrandar para 4,8% em 2024, face a 5,2% em 2023, em consequência de um crescimento do consumo mais fraco que atenuará o aumento esperado nas exportações de bens e na atividade industrial, apoiado pela recuperação do comércio mundial. Em 2025, o PIB chinês deverá atingir 4,1%.
Já para a Zona Euro, as projeções do Banco Mundial apontam para um crescimento de 0,7% este ano, apoiado por uma recuperação dos rendimentos reais das famílias a par de um crescimento "ainda moderado" do investimento e das exportações. Em 2025, o crescimento previsto é de 1,4%, "à medida que a recuperação do crescimento das exportações e do investimento ganha ritmo, beneficiando este último de taxas diretoras [do Banco Central Europeu] mais baixas e da absorção de fundos da UE".
Tensões geopolíticas e guerras comerciais entre os maiores riscos
O Banco Mundial sublinha que estas previsões não estão isentas de riscos e que esses continuam "inclinados para o lado negativo", apesar de admitir também a possibilidade de surpresas positivas. Por um lado, as tensões geopolíticas podem levar a uma maior volatilidade no preços das matérias-primas e, por outro, a "fragmentação do comércio mundial" poderá causar perturbações extra nos fluxos comerciais.
Em relação ao comércio internacional, a organização presidida por Ajay Banga nota que "a incerteza da política comercial já atingiu níveis excecionalmente elevados em comparação com outros anos que registaram eleições importantes em todo o mundo desde 2000". Com eleições norte-americanas marcadas para este ano, teme-se que um regresso de Donald Trump à Casa Branca possa trazer mais protecionismo.
Há também riscos associados a uma inflação mais persistente, o que poderá atrasar a flexibilização monetária. O Banco Mundial indica que novas subidas das taxas de juro podem ditar um arrefecimento maior da atividade económica mundial e "algumas das grandes economias poderão crescer mais lentamente do que o previsto atualmente devido a uma série de desafios internos".
"Outras catástrofes naturais relacionadas com as alterações climáticas também poderão prejudicar a atividade económica", acrescenta.
Numa perspetiva mais otimista, o Banco Mundial refere que a inflação mundial poderá "moderar-se mais rapidamente do que o previsto no cenário de base, permitindo uma flexibilização mais rápida da política monetária", contribuindo para uma maior expansão económica global. Além disso, "o crescimento nos Estados Unidos poderá ser mais forte do que o esperado".