Notícia
Actividade industrial da Zona Euro indicia abrandamento da economia
O indicador PMI para a indústria atingiu o valor mais baixo dos últimos três meses, segundo a Markit.
O índice de compras de gestores de compras (PMI) no sector industrial caiu em Maio o que sinaliza um abrandamento da actividade económica. Desceu de 51,7 pontos em Abril para 51,5 pontos no mês passado. Apesar das leituras acima de 50 pontos sinalizarem expansão, a queda do índice mostra que "a actividade industrial na Zona Euro continuou num estado de quase estagnação em Maio, falhando em sair da fase de crescimento lento que tem atormentado os produtores desde Fevereiro", refere Chris Williamson, economista-chefe da Markit, entidade que desenvolve os índices PMI.
Williamson observa que os dados são "desapontantes" e que aumentam "as suspeições de que o crescimento económico na Zona Euro tenha arrefecido no segundo trimestre após um surpreendente início de ano". Também Howard Archer, economista-chefe da IHS Global Insight, considerou, numa nota, que os dados do PMI "reforçam a ideia de que a Zona Euro terá dificuldades em atingir o crescimento em cadeia de 0,5% alcançado no primeiro trimestre de 2016".
Esperança no programa de compras do BCE
O abrandamento do índice PMI ocorre mesmo depois de em Março o BCE ter anunciado mais artilharia pesada para espicaçar o crescimento na Zona Euro. Para Chris Williamson os dados revelados esta quarta-feira "confundem as expectativas de que a recuperação acelere após os estímulos anunciados pelo BCE".
Mas uma das novas medidas de Mario Draghi apenas chega ao terreno a partir do início deste mês, como a compra de obrigações empresariais. "A esperança continua a ser que as vindouras compras de obrigações empresariais e os empréstimos ultra baratos à banca providenciem uma aceleração extra nos próximos meses", refere o economista-chefe da Markit.
Já Howard Archer considera que apesar dos dados fracos da produção industrial, há outros dados que podem dar alguma tranquilidade a Mario Draghi: "A melhoria do crescimento do PIB no primeiro trimestre e o fortalecimento da confiança dos consumidores e dos empresários em Maio deu um bem-vindo espaço para respirar ao BCE".