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80% das empresas mantêm-se ativas, mas com maior recurso a lay-off

Na segunda semana de inquérito do INE e do Banco de Portugal sobre o impacto da covid-19 nas empresas, a grande maioria das empresas continua em atividade, embora com maior recurso ao lay-off e com maiores perdas no volume de negócios. Micro empresas e setor do alojamento e restauração são as mais afetadas.

Paulo Duarte
21 de Abril de 2020 às 11:34
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A grande maioria das empresas (82%) mantém-se em funcionamento, mas tem recorrido mais ao "lay-off" e a medidas de apoio à liquidez, segundo um inquérito do INE e do Banco de Portugal divulgado nesta terça-feira, 21 de abril. 

O Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Banco de Portugal (BdP) começaram a divulgar, na semana passada, um inquérito rápido às empresas para o acompanhamento do impacto da pandemia da covid-19 nas empresas. Os resultados da segunda semana de inquérito, que decorreu entre 13 e 17 de abril, "confirmam os desenvolvimentos identificados na semana anterior".

Ou seja, tal como na semana passada, 82% das empresas mantêm-se em funcionamento. No entanto, há um ligeiro aumento no recurso ao "lay-off" simplificado: mais de metade (51%) das empresas disse agora ter acedido ao mecanismo, contra as 48% que já o tinham feito na semana anterior. 

Em linha com a semana passada, cerca de 60% das empresas dizem ter tido reduções no pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar. Num quarto dessas empresas, a diminuição foi superior a 50%. 

Além disso, há mais perdas no volume de negócios. São agora 39% as empresas que se mantém em funcionamento ou encerradas temporariamente com reduções nas receitas superiores a 50%. Na semana passada eram ligeiramente menos (37%).

Os resultados do inquérito do INE e do BdP mostram também que mais empresas recorreram a medidas de apoio à liquidez: 9% das inquiridas recorreram às moratórias ao pagamento de juros e capital de créditos já existentes (contra 6% na semana anterior) e 9% utilizaram a suspensão do pagamento de obrigações fiscais e contributivas (contra 8%).

Há menos empresas a excluírem o recurso a estas medidas do que na semana passada, sobretudo por não serem elegíveis, dado que a percentagem de empresas a planear utilizar estes apoios diminuiu. 

Menos de metade (48%) das empresas referiu só conseguir manter-se em atividade até dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez. E 10% reportaram que não têm condições para se manter por mais de um mês. 

Micro empresas e setor do alojamento e restauração são os mais afetados
A pandemia da covid-19 está a afetar mais nas micro empresas (só 73% mantêm-se em funcionamento) e as do setor do alojamento e restauração (apenas 38% mantém-se ativas, sem limitações).

Além disso, são também as micro empresas e as empresas do setor do alojamento e restauração que referiram mais frequentemente reduções superiores a 75% quer do volume de negócios, quer do pessoal ao serviço.

A quebra de encomendas e as restrições causadas pelo Estado de Emergência afetam também mais as micro empresas. Por setor, refira-se que a percentagem de empresas que referiu a ausência de encomendas/clientes excede 90% no caso do alojamento e restauração (mas também nos transportes e armazenagem).

A redução dos trabalhadores efetivamente ao serviço é mais expressiva neste setor, com 87% das empresas a reportarem menos trabalhadores: 91% estão em "lay-off".

(Notícia atualizada às 12:29 com mais informação)
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