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Actividade económica volta a cair e consumo desacelera
A actividade económica nacional voltou a recuar em Outubro, caindo 1% em comparação com o ano anterior. Trata-se do terceiro mês consecutivo de contracção deste indicador.
A economia portuguesa continua a mostrar sinais de desaceleração. Depois de um período de retoma que surpreendeu, tanto o consumo como a actividade económica voltaram a marcar passo em Outubro, indiciando que a recuperação pode ser mais frágil do que se antecipava.
Segundo os dados publicados sexta-feira, 21 de Novembro, pelo Banco de Portugal (BdP), o indicador coincidente mensal para a evolução homóloga da actividade económica mostra que Portugal está a perder gás. Depois da recuperação observada desde o início de 2012, o indicador inverteu a tendência no arranque de 2013. Em Agosto começou a registar quedas cada vez mais acentuadas, culminando num recuo de 1% em Outubro.
A mesma publicação do BdP revela que o consumo privado também está a arrefecer, com um crescimento de 1,7%, 0,1 pontos
Departamento de Estudos do Montepio
percentuais abaixo do mês anterior. Recorde-se que o consumo das famílias tem sido o principal factor por trás da retoma da economia.
PIB abaixo de 1%
Estes dados do Banco de Portugal parecem confirmar que a actividade económica nacional entrou num novo ciclo de crescimento mais lento, depois de um período de recuperação. A estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) concluía que o produto interno bruto (PIB) cresceu no terceiro trimestre deste ano 1% face aos três meses anteriores e 0,2% em comparação com o mesmo período de 2013.
"O crescimento do PIB em cadeia [no terceiro trimestre] terá sido suportado essencialmente pelo consumo privado, sendo que o investimento em capital fixo também terá crescido. Estima-se um contributo sensivelmente nulo do consumo público para o crescimento do PIB", explicou na semana passada ao Massa Monetária, blogue do Negócios, Rui Bernardes Serra, do Departamento de Estudos do Montepio.
Com apenas um trimestre por apurar, o Montepio espera um crescimento de 0,9% para a totalidade do ano. "Note-se [...] que desde o início do ano o indicador de sentimento económico tem vindo a sobrestimar o crescimento da economia, em parte porque a política orçamental restritiva continua a ser um condicionador da actividade económica", explica. Já o Núcleo de Estudos de Conjuntura sobre a Economia Portuguesa da Universidade Católica antecipa um valor mais baixo: 0,7%.