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Vice da concelhia do PSD quer Passos a disputar câmara de Lisboa

Rodrigo Gonçalves defendeu num jantar que Passos Coelho deve candidatar-se à câmara de Lisboa nas autárquicas do próximo ano, porque o PSD precisa de um candidato “vencedor”. A posição do “vice” da concelhia laranja não é consensual dentro do partido.

Miguel Baltazar/Negócios
16 de Dezembro de 2016 às 09:45
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Com o PSD a continuar sem apresentar um candidato à câmara de Lisboa, depois de ter levado uma nega de Pedro Santana Lopes, o próprio Pedro Passos Coelho foi desafiado a apresentar-se à corrida pela capital. O repto foi lançado ontem à noite pelo vice-presidente da concelhia do PSD de Lisboa, Rodrigo Gonçalves, que defendeu que é necessário que o partido apresente um candidato "vencedor", "com experiência" e "digno da capital deste país".

 

Durante o jantar de Natal do movimento Lisboa Sempre, e perante uma assistência de mais de mil apoiantes, segundo estimativas da Lusa e do i, Rodrigo Gonçalves disse que "os lisboetas nunca perdoarão ao PSD se não apresentar um candidato vencedor, um candidato que conheça o país, que conheça a cidade, um candidato com experiência demonstrada, digno da capital deste país", e esse candidato é Passos Coelho.

 

"Doutor Pedro Passos Coelho, você ganhou Portugal, agora o país e o partido precisam que nos ajude a ganhar Lisboa. Doutor Pedro Passos Coelho, seja nosso candidato e venha ganhar a Câmara Municipal de Lisboa", desafiou Rodrigo Gonçalves, citado pela Lusa.

 

A posição de Rodrigo Gonçalves não é, contudo, consensual no partido. Segundo apurou o Negócios, o presidente da concelhia, Mauro Xavier, não subscreve a candidatura de Passos Coelho. E o coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreiras, esclareceu na passada quarta-feira que Passos "é candidato a primeiro-ministro no momento e na altura em que se vier a colocar essa mesma questão, portanto, não é candidato a presidente de Câmara".

 

Até Santana Lopes ter rejeitado ir a votos, tanto Xavier como o presidente da distrital de Lisboa, Miguel Pinto Luz, bem como o coordenador autárquico, Carlos Carreiras, estavam unidos no apoio à candidatura do ex-primeiro-ministro.

 

PSD apresenta candidato em Março ou apoia Cristas?

 

Porém, depois de este se ter afastado, a situação ficou bem mais indefinida. A tese oficial do PSD é de que tem até Março do próximo ano para apresentar uma candidatura. Porém, dentro do partido há quem receie que isso já pode ser demasiado tarde. Em declarações ao Negócios, o coordenador do programa eleitoral para Lisboa, José Eduardo Martins, admitiu que uma candidatura em Março "torna o tempo da campanha curto". E exige que o candidato tenha "notoriedade" para fazer frente a Fernando Medina.

À TSF, Mauro Xavier defendeu, há dois dias, que o PSD deveria "estar já no terreno" em Lisboa.

 

Há ainda outro dado em cima da mesa: uma eventual coligação com o CDS. José Eduardo Martins sublinhou ao Negócios que é "muito difícil haver condições políticas" para apoiar Assunção Cristas. "Mais cedo era possível apoiar Assunção Cristas. Acho que ela não quis", afirmou. Mauro Xavier também já tinha afastado uma coligação. Porém, Carlos Carreiras baralhou novamente as contas, igualmente na passada quarta-feira, ao não fechar a porta a uma coligação na capital.

E na direcção do PSD, o nome de Maria Luís Albuquerque foi já considerado como plano B caso Santana não avançasse, como veio a acontecer.

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