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PS "sente-se muito bem" na governação do Porto
O vereador e líder da distrital socialista, Manuel Pizarro, aponta o orçamento municipal para 2017 como uma das "razões" para apoiar Rui Moreira e poder abdicar de um candidato próprio à segunda maior autarquia do país.
Manuel Pizarro sustenta que "são muitas [as] razões para que o PS se sinta muito bem" na governação municipal liderada por Rui Moreira e também para que esteja "muito empenhado" numa administração que "privilegia as necessidades das pessoas e as aspirações da cidade".
Num vídeo publicado no Facebook esta segunda-feira, 24 de Outubro, o vereador socialista e também presidente da distrital portuense defende as contas camarárias da Invicta para 2017 por mostrarem "uma enorme expansão da actividade municipal", à volta de 18% para 244 milhões de euros, que faz deste "o maior orçamento da última década".
Na sequência da derrota nas autárquicas de 2013, o PS fez um acordo pós-eleitoral com o movimento independente de Rui Moreira, que assegurou uma maioria estável no Executivo e levou o candidato socialista para a vereação municipal, onde tem o pelouro da habitação e acção social.
A menos de um ano de novas eleições, é cada vez mais provável que o PS abdique mesmo de apresentar uma candidatura própria ao segundo município mais importante do país, preferindo antes apoiar o actual presidente da Câmara, que quatro anos depois volta a merecer o apoio do CDS-PP.
Questionado na semana passada sobre esses apoios que juntam a esquerda e a direita, o presidente da Câmara do Porto mostrou-se agradado e lembrou que "quem vota são as pessoas que normalmente votam nos partidos". E acrescentou ainda que sabe "muito bem que entre os militantes e os tradicionais votantes do PSD houve muita gente" que votou na sua candidatura, significando isso que "os partidos não são donos dos votos".
O PSD ainda não definiu quem será o seu candidato à autarquia portuense na votação prevista para o Outono do próximo ano. No entanto, tem já uma certeza: não vai apoiar Rui Moreira, como já garantiram ao Negócios o coordenador autárquico do partido, Carlos Carreiras, e também o líder da concelhia laranja, Miguel Seabra.
"Diálogo formal" em andamento contra os críticos
Depois de, em Junho, António Costa já ter sinalizado esse apoio no congresso do partido, a concelhia aprovou essa estratégia a 30 de Setembro e decidiu "formalizar o diálogo" com o ex-presidente da Associação Comercial do Porto, "tendo em vista a continuidade do actual acordo político". "A avaliação do mandato até à data é inequivocamente positiva e honra os melhores pergaminhos de uma cidade plural e liderante sob a presidência de Rui Moreira", lia-se nesse documento de orientação estratégica.
Mesmo depois do actual presidente da Câmara avisar que não iria assumir compromissos pré-eleitorais, o líder da concelhia portuense, Tiago Barbosa Ribeiro, mostrou, em declarações ao JN, concordância com essa condição e insistiu que "há condições para haver um diálogo formal". Apontando o calendário nacional do partido liderado por António Costa, o deputado frisou que "até ao início do próximo ano" a solução deve ficar fechada.
PS Porto inicia “diálogo formal” com Rui Moreira https://t.co/SIKkrDzQZD
— PS Porto (@PSCidadePorto) October 6, 2016
Na perspectiva de Manuel Pizarro, o aumento do orçamento municipal para 2017 – precisamente o ano em que os portuenses voltam a ser chamados às urnas –, é um dos motivos que sustentam este amparo socialista a um político com um percurso e perfil mais conservadores. Aliás, a provável opção dos socialistas desde muito cedo ganhou opositores internos, como a deputada Isabel Santos e o histórico José Gomes Fernandes, que foi vice-presidente com Fernando Gomes, a que se juntaram depois outros nomes, como o de Francisco Assis.
No vídeo publicado esta manhã, Pizarro destaca a subida de 55% no investimento municipal, para 47 milhões de euros, sublinhando de seguida que "uma grande parte desse orçamento está concentrada" nas suas prioridades políticas. "Desde logo a área da coesão social, que está sob a minha governação enquanto vereador do PS, que tem orçamento de cerca de 33 milhões de euros, quer para habitação quer para a solidariedade social", refere.