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Menezes quer dar artes e hélices ao Silo-Auto
Luís Filipe Menezes, que viu os juízos cíveis do Porto chumbarem a sua candidatura à autarquia da Invicta, apresenta esta tarde o seu projecto de reabilitação do Silo-Auto, que consiste na reconversão parcial do edifício num pólo de artes e ofícios e a execução de um heliporto na cobertura.
Apesar de os juízos cíveis do Porto terem determinado que não pode candidatar-se, tendo a sua candidatura já anunciado que vai apresentar recurso contra o chumbo, Luís Filipe Menezes continua a apresentar as suas ideias para a cidade do Porto no âmbito da campanha para a conquista da liderança da autarquia.
O dia de hoje da campanha de Menezes é dedicado à apresentação do seu projecto de reabilitação do edifício do Silo-Auto, situado no centro da cidade, que a Câmara do Porto tentou vender, sem sucesso, em Janeiro passado, por 10,1 milhões de euros.
“Silo Artes e Ofícios”, com o pólo artístico a ocupar cinco dos nove pisos deste parque de estacionamento, cuja cobertura seria transformada em heliporto. Em síntese, é este o nome e as novas funções propostas por Menezes para o edifício. Um projecto a que o Negócios teve acesso e que será apresentado esta tarde, em conferência de imprensa, pelo ainda presidente da Câmara de Gaia.
O projecto visa “conceber palcos alternativos e inovadores para experimentação ligadas às artes: música, teatro, cinema, pintura, escultura, dança, ateliês design, moda, entre outros”, e a ofícios como “oficinas de joalharia, trolha, marcenaria, serralharia, vidraria, mecânica, sapateiros, funileiros, entre outras actividades”.
A ideia passa ainda por “proporcionar espaços com tarifas amigas dos inquilinos para a implementação de micro e pequenas actividades”.
Nesse sentido, Menezes propõe a reabilitação do espaço existente do Silo-Auto, “mantendo a estrutura física original e acrescentado os elementos necessários às novas funções através de espaços de concepção, de ensaio, de gravação e de produção”. E “gerar no espaço envolvente um jardim-inovador para a manifestação artística, relevando o trabalho desenvolvido no laboratório”.
A proposta avança ainda com a “execução de um heliporto na cobertura como forma de fortalecer outra oferta de mobilidade, no turismo e no meio empresarial, a partir da zona central da cidade”.
O investimento no “novo” Silo-Auto, com prazo de “seis meses” para a conclusão da obra, seria “suportado pelas entidades executantes, concessionárias e fundos comunitários”.
Na hasta pública realizada pela Câmara do Porto, no dia 31 de Janeiro passado, para a venda do edifício do Silo-Auto, por um valor base de 10,102 milhões de euros, ficou deserta. A proposta previa que o comprador alterasse o uso do imóvel construído há 40 anos, desde que garantisse a existência de 420 lugares de estacionamento públicos.
Situado no gaveto das ruas Guedes de Azevedo e da Carvalhosa, o imóvel, de mais de 30 mil metros quadrados de construção, está implantado numa área de terreno de mais de oito mil metros quadrados. O edifício está quase totalmente afecto a parque de estacionamento com 850 lugares, incluindo ainda uma “danceteria, uma oficina de reparação auto, escritórios, várias fracções comerciais e um posto de abastecimento de combustíveis”.