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Medina acusa proposta de Cristas para Feira Popular de ser para “classe alta”
O presidente do município lisboeta diz-se “surpreso” com a proposta de Assunção Cristas para os terrenos da Feira Popular, porque diz que uma renda de 1.350 euros por um T4 serve a classe alta e não a classe média.
Fernando Medina criticou esta manhã a proposta de Assunção Cristas para construir mil casas nos terrenos da antiga Feira Popular, em Lisboa, a custos controlados. A candidata do CDS à autarquia da capital sugeriu que seja construída habitação nos referidos terrenos – que a autarquia já tentou alienar por 135 milhões de euros – para arrendamento com custos a variar entre 500 euros para T0 e 1.350 euros para um T4.
Neste modelo, os terrenos continuariam na posse do município de Lisboa.
"Quando ouço uma proposta que apresenta, como renda acessível, uma renda de 1.350 euros, só posso manifestar a minha total surpresa e divergência", reagiu Fernando Medina. Esse valor de "1.350 euros de renda é superior ao ganho médio de uma pessoa na cidade de Lisboa", afirmou. "Se admitíssemos um agregado que ganhasse esse valor médio, estamos a falar de uma renda que consumiria mais de 60% do rendimento do agregado familiar", acrescentou.
Medina diz que "o conceito da renda acessível" da câmara de Lisboa não passa por "atribuir casas à classe média alta ou alta", mas sim atribuir casas "às verdadeiras classes médias, que estão em patamares de rendimento muito inferiores" aos anunciados por Assunção Cristas. "O referencial que temos é que custos com habitação não ultrapassem 30% dos rendimentos dos agregados" familiares.
A autarquia lisboeta está a preparar um programa de renda acessível, que pretende disponibilizar sete mil habitações a custos controlados. Esses custos controlados oscilam entre 125 euros de renda para um T0, 250 euros para um T1, 400 euros para um T2 e 534 euros por um T4.
Medina apresenta operação para a Rua de São Lázaro
A autarquia vai lançar já na próxima semana a primeira operação deste programa. "Posso adiantar que a primeira operação será a da Rua de São Lázaro" que será "apresentada na próxima semana, publicamente". O programa inclui localizações "que correspondem a zonas centrais com boas acessibilidades, com todas as capacidades para termos uma cidade integrada".
O Programa de Renda Acessível não serve "para colocar pessoas em zonas de menor qualidade" mas "para utilizar zonas centrais". "Temos localizações para sete mil casas" e "definimos como renda acessível não uma renda 10 ou 20% abaixo do preço de mercado, mas sim como aquela que as classes médias são capazes de suportar dado o nível de rendimentos que têm".
A terminar, outra farpa para Assunção Cristas: "um programa que assenta rendas em 1.350 euros pode servir muita gente, mas não serve a classe média".