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Câmara de Lisboa paga aos fornecedores em quatro dias

A câmara de Lisboa está a pagar “a pronto” aos seus fornecedores. Fernando Medina anunciou esta segunda-feira, em conferência de imprensa, que o endividamento da autarquia caiu em 2014, mesmo com a indemnização à Bragaparques e a integração da EPUL.

Bruno Simão/Negócios
20 de Abril de 2015 às 19:46
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A câmara de Lisboa está numa situação de "pronto pagamento" e reduziu, em 2014, a dívida a fornecedores para seis milhões de euros, isto é, "praticamente zero", anunciou o presidente Fernando Medina na tarde desta segunda-feira. A autarquia lisboeta, a maior do país, demora quatro dias, em média, a pagar as facturas aos seus fornecedores. "É o maior contributo que a camara pode dar à cidade e à economia neste momento", explicou Medina.

 

O recém-empossado presidente da câmara convocou a imprensa para divulgar as linhas gerais do Relatório de Gestão da autarquia em 2014, que mostram que "está numa situação sólida e melhor preparada para os desafios do futuro", porque "conseguiu reduzir o passivo, a dívida global", colocou "a dívida a fornecedores em praticamente zero" e entrou "numa situação de pronto pagamento com todos com que se relaciona". O ano que passou foi, precisamente, o último completo de António Costa enquanto presidente.

 

De acordo com os números avançados por Medina, a câmara de Lisboa cortou, no ano passado, 54 dias ao prazo médio de pagamento registado no final de 2013, que era de 58 dias. No final de 2014, demorava apenas 4 dias a pagar a fornecedores. A dívida a fornecedores é, agora, de 5,9 milhões de euros. Um resultado que é reflexo da "opção que fizemos de concentrar o excedente muito significativo" de 2014 "na redução da dívida a fornecedores".

 

"Nao há muitos serviços do país que possam fazer o mesmo", salientou Medina, que falava no salão nobre da câmara de Lisboa. O actual valor da dívida a fornecedores é tão baixo que "é muito difícil reduzir este valor, porque há sempre trabalhos de conferência de facturas".

 

Por outro lado, a autarquia "teve uma redução muito significativa do seu passivo", que "cai cerca de 225 milhões de euros, fruto da redução da dívida global". "Fazemos esta redução apesar dos processos da Bragaparques e da absorção da EPUL. Se não tivéssemos que fazer a absorção, a redução do passivo global teria sido superior a 400 milhões de euros num único ano", frisou.

 

O passivo da câmara passou de 1.420 milhões em 2013 para 1.195 milhões no final do ano passado. Sem a absorção da empresa municipal EPUL e o pagamento de quase 100 milhões de euros à Bragaparques, o passivo teria caído para 1.015 milhões, explicou Medina.

 

A dívida do universo da câmara de Lisboa, isto é, incluindo as empresas municipais, também caiu 25 milhões de euros.

 

Empresas municipais todas lucrativas

 

Por outro lado, as actuais quatro empresas municipais de Lisboa – EGEAC, EMEL, Gebalis e SRU – registaram todas lucros no final de 2014. A EMEL, que gere o estacionamento da cidade, uma "actividade que por si gera excedentes", afirmou Medina, é a que apresenta o melhor resultado líquido: 953 mil euros. Segue-se a EGEAC, que gere os equipamentos e a acção cultural na cidade, registou 694 mil euros de lucro (resultado possível mediante subsídios da autarquia).

 

A Gebalis, que gere os bairros sociais do município, encaixou 394 mil euros no final do exercício de 2014. Já a Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) lucrou mil euros.

 

"Todas as empresas estão numa situação saudável", resumiu Fernando Medina. "Corrigimos duas situações que ainda restavam: a primeira das quais que se prendia com uma operação de renegociação de um empréstimo curto prazo, no montante de cerca de 13,1 milhões de euros" na Gebalis, uma operação que deu "condição de solidez à operação da Gebalis".

 

Na EGEAC, a "alteração do tratamento fiscal permitiu a poupança de dois milhões de euros". Outrora deficitárias, as empresas municipais de Lisboa têm agora "não só uma situação financeira sólida mas modelos de financiamento adequados à sua actividade. Nenhuma delas se encontra a gerar dívida".

 

Muitos dos números anunciados esta segunda-feira já haviam sido antecipados em Janeiro, numa apresentação dos resultados provisórios das contas. Nessa altura, o prazo médio de pagamento era de sete dias.

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