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Carlos Moedas quer mais investimento europeu na investigação sobre energias renováveis
O Comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, apelou esta terça-feira, na Cimeira do Clima (COP21), em Paris, a mais investimento da parte dos Estados-membros na investigação sobre energias renováveis.
Durante a conferência intitulada "Investigação e Inovação: A nossa energia para um futuro de baixo carbono", o comissário português disse que é "preciso fazer mais", indicando que na Europa se está a investir "cerca de 280 mil milhões de euros na investigação, ciência e inovação".
"É tempo para investir mais. Temos de fazer muito mais. Esse é o meu apelo de hoje", declarou o comissário com a pasta da Investigação, depois de ter falado "do papel da investigação na União Energética" como "uma espécie de triângulo" dominado pelas noções do digital, dos custos e dos incentivos.
O comissário explicou à agência Lusa que o "triângulo" consiste na redução do custo das tecnologias, na passagem para o mundo digital e na transferência dos subsídios das energias fósseis para a ciência, três "pilares" da Estratégia da Investigação e Inovação para a União Energética que vai ser apresentada em 2016.
"Hoje em dia, a maior parte do mundo dá grandes subsídios a tudo o que é energia fóssil. Temos que mudar esse equilíbrio e passar alguma dessa quantidade de dinheiro e dessa quantidade de subsídios para a energia e para a ciência", declarou, sublinhando que "sem investigação e sem ciência não se podem resolver aqueles que são os grandes paradigmas do problema climático".
Ainda durante a conferência, o comissário lembrou o contraste mundial entre o investimento de 6 mil milhões nas energias renováveis e de 550 mil milhões de dólares nas energias fósseis.
Carlos Moedas declarou também à Lusa que que "no futuro" o desafio é "ajudar os países a ter incentivos para investir na investigação e na ciência em vez de estarem a dar constantemente subsídios a tudo o que é energia fóssil".
A COP21, que decorre até sexta-feira, reúne em Paris representantes de 195 países, que tentarão alcançar um acordo vinculativo sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa que permita limitar, até 2100, o aquecimento da temperatura média global da atmosfera a dois graus centígrados acima dos valores registados antes da revolução industrial.