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França quer lançar em 2020 satélite para medir CO2 na Terra
A França quer lançar em 2020 um satélite para medir a repartição de CO2 na superfície da Terra, anunciou esta terça-feira a ministra francesa do Ambiente, Ségolène Royal, no âmbito da Cimeira do Clima (COP21), em Paris.
Um outro projecto para a construção de outro satélite, franco-alemão desta vez, foi também anunciado, sendo que esse será responsável por medir com uma precisão sem precedentes as concentrações de metano na atmosfera.
O dióxido de carbono (CO2) é o principal gás com efeito de estufa produzido pelas actividades humanas.
O metano, produzido pela decomposição da matéria orgânica, é o segundo mais importante gás com efeito de estufa, mas a sua contribuição para o aquecimento global é 25 vezes maior do que a do dióxido de carbono, ou seja, uma unidade de metano equivale a 25 unidades de CO2.
O satélite francês, que faz parte do projecto MicroCarb do Centro Nacional de Estudos Espaciais francês (CNES), será inicialmente financiado em 25 milhões de euros pelo Governo francês, sendo que o custo total ascende a 175 milhões de euros.
Já o projecto franco-alemão é denominado Merlin e o satélite será fabricado pela Airbus, estando previsto uma despesa de 250 milhões de euros.
MicroCarb e Merlin serão os "vigias do clima", mas não irão "fazer de polícias", disse hoje o presidente do CNES, Jean-Yves Le Gall, em conferência de imprensa, considerando que não cabe aos cientistas monitorizar se os países estão a cumprir ou não com os compromissos de redução de gases com efeito de estufa.
A COP21, que decorre até sexta-feira em Paris, reúne representantes de 195 países que tentarão alcançar um acordo vinculativo sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa que permita limitar, até 2100, o aquecimento da temperatura média global da atmosfera a dois graus centígrados acima dos valores registados antes da revolução industrial.
Ainda quanto a medidas para evitar o sobreaquecimento da Terra, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciou hoje que vai investir 23.000 milhões de dólares (21,1 mil milhões de euros) em seis refinarias nos próximos três anos, para as tornar mais eficientes e reduzir as emissões de gases poluentes.