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Seguro: “Os portugueses estão a pagar caro este resultado”
O secretário-geral do PS diz que o programa da troika em Portugal falhou nas suas linhas fundamentais.
“Tal como previsto desde Maio 2011, e ao contrário do que o primeiro-ministro chegou a admitir, o Governo acaba de anunciar que não vai ter um programa cautelar” na saída do programa de assistência, comentou Seguro, acrescentando que o PS sempre desejou uma saída limpa, mas “sem mais sacrifícios para os portugueses”.
Ora, este anúncio é feito “na mesma semana em que se sabe que todos os trabalhadores vão pagar mais TSU, mais IVA, os cortes nas pensões passaram a definitivos e vai haver mais despedimentos na função pública”, salientou.
Isto só acontece porque o programa falhou nas suas linhas fundamentais, disse o secretário-geral do Partido Socialista.
“Os portugueses estão a pagar caro este resultado: nos impostos, salários, acesso à saúde e emprego”, disse, destacando que “o programa acaba, mas a austeridade e os sacrifícios continuam”.
“Os tempos existem muita prudência e os portugueses muito respeito”, afirmou.
O programa que Pedro Passos Coelho anunciou “não tem a ver com indicadores fundamentais do nosso país, mas sim ao papel activo do BCE, ao excedente de liquidez dos investidores e ao facto de o governo ter criado uma almofada de 15 mil milhões de euros pela qual os portugueses pagam cerca de 400 milhões de euros de impostos”, sublinhou Seguro.
“Gostaríamos que no final dos três anos deste programa [da troika], a realidade fosse bem diferente. Continuaremos firmes nas nossas prioridades e o combate ao desemprego é a nossa principal prioridade”, concluiu.
Já no período de perguntas e respostas dos jornalistas, quando questionado se soube com antecedência esta decisão do Governo, António José Seguro disse que Pedro Passos Coelho lhe telefonou “um ou dois minutos antes” a dizer o que ia anunciar ao País.