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O que a troika disse, segundo os partidos

"É preciso flexibilizar despedimentos", o "ajustamento da economia foi muito pequeno", a "austeridade vai continuar depois da troika", os "técnicos e os líderes da troika falam a uma só voz". A troika esteve reunida com os deputados, mas o que lá se passou depende de quem conta. Cada partido, sua sentença.

Bruno Simão/Negócios
12 de Dezembro de 2013 às 23:05
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PSD: A troika quer flexibilizar salários e a economia

Miguel Frasquilho foi o penúltimo a falar aos jornalistas, nos Passos Perdidos. Quando o fez, reproduziu três ideias da reunião: por um lado, a troika confirmou que "o fim do programa não significa o fim do ajustamento"; por outro, depois de ter dito que bateu o pé à troika, ouviu os técnicos dizerem que "houve selectividade das declarações de Christine Lagarde" e que não há diferenças entre o que dizem os líderes e os técnicos. Quanto a salários, Frasquilho disse ter ficado com a ideia de "que a troika está preocupada com a flexibilidade, não só salarial mas da economia como um todo". Mas não se falou de medidas, afiançou. 

 

CDS: Redução de salários não foi o tema principal

Cecília Meireles evitou pronunciar-se sobre o que ouviu dos chefes de missão da troika. Preferiu reiterar que o CDS, o PSD e o Governo "deixaram bem claro que não defendem para Portugal um modelo de salários baixos". Perante a insistência dos jornalistas, recomendou que se questionasse os chefes de missão. Para esvaziar ainda mais o tema, a deputada disse ainda que "esse não foi sequer o tema principal da reunião". Qual foi? "A décima avaliação e a implementação das reformas estruturais", asseverou. A deputada diz que também alertou para a necessidade de abrandar o ritmo de ajustamento.

 

Portugal deve sair do resgate sem programa cautelar

O deputado Pedro Nuno Santos optou por apenas revelar aos jornalistas aquilo que o PS transmitiu à troika - e não as suas respostas. E a principal exigência foi uma saída do resgate sem cautelar. "Até agora, tivemos avaliações positivas. Ninguém compreenderá que, no final do programa de ajustamento, Portugal saia com qualquer tipo de apoio e condicionalidades por parte de instituições internacionais", sublinhou o deputado. Esta é uma contradição flagrante com o que dissera Frasquilho: que a troika confirmou que o fim do resgate não era o fim do processo de ajustamento.

 

PCP: Facilitar os despedimentos é a solução da troika 

Miguel Tiago falou em nome do PCP e, ao contrário do que fez o PSD e o CDS, disse que a troika revelou como é que quer reduzir salários. Segundo o deputado, a troika entende que "os trabalhadores portugueses não trabalham o suficiente". Por isso, como "um trabalhador hoje custa muito e faz pouco", é preciso trocar "por trabalhadores que custem menos e trabalhem mais". Para permitir essa mudança, já que o Governo não pode decretar um corte de salários, a troika quer "flexibilizar os despedimentos com vista a baixar o nível salarial". É essa "a única solução [proposta] para a situação" portuguesa, lamenta. 

 

BE: O ajustamento que Portugal fez foi muito fraco

Mariana Mortágua preferiu destacar as críticas do FMI ao ajustamento, pintando desta forma um quadro bem distinto do que foi apresentado pelos partidos da maioria, que dizem que os sacrifícios estão a valer a pena. "Foi dito pelo representante do FMI que o ajustamento orçamental em Portugal foi muito pequeno", denunciou a deputada do Bloco de Esquerda. Por isso, "o ajustamento orçamental é para continuar e podemos esperar mais austeridade", criticou Mortágua. O ajustamento está a falhar também nos salários. Por isso, a "política da troika no curto prazo continua a ser a de descer salários", garante.

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