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PCP diz que a troika propôs uma flexibilização dos despedimentos

Miguel Tiago contradisse Subir Lall. Afinal, diz o deputado comunista, o FMI, a Comissão e BCE entendem que a redução de salários é a medida mais importante que Portugal deve aplicar. Como? Através de uma flexibilização dos vínculos laborais que facilite os despedimentos.

12 de Dezembro de 2013 às 15:21
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De acordo com o deputado do PCP Miguel Tiago, a troika deixou "muito claro que o nível salarial em Portugal deve ser utilizado como o instrumento de mais curto prazo para responder à situação que o País atravessa". Os credores "entendem que baixar o nível salarial é a única solução para a situação em que o País encontra", afirma Miguel Tiago.

 

"Quando confrontados com a forma de o fazer, tendo em conta que o Governo não pode legislar sobre os salários", prosseguiu, a troika disse que "deve ser através da flexibilização dos vínculos laborais, porque os trabalhadores portugueses não trabalham o suficiente e é preciso substituí-los por trabalhadores mais baratos que trabalhem mais". "É dessa forma que pretendem baixar os níveis salariais", explicou Miguel Tiago. O objectivo é "flexibilizar os despedimentos com vista a baixar o nível salarial", denunciou.

 

O deputado lembrou que a troika evitou sempre falar de salários em anteriores avaliações. Quando isso acontecia, "tentava deflectir a questão falando do salário mínimo, dizendo que não queria mexer aí". Mas "essa não era a questão": era sim o "custo do trabalho, o nível médio dos salários". Sobre isso, o que a troika disse foi que "um trabalhador hoje custa muito e faz pouco, e é preciso substituí-los por trabalhadores que custem menos e trabalhem mais", acrescentou o deputado.

 

Troika diz que os trabalhadores não trabalham o suficiente, acusa o PCP

 

"Foi isto que nos disseram, dando a entender que os trabalhadores portugueses não trabalham o suficiente, que é preciso substituí-los por trabalhadores mais novos e que trabalhem mais", prosseguiu. Para o deputado, o que se perspectiva é "correr com os mais velhos do mercado de trabalho, abrindo brechas suficientes no Código do Trabalho para permitir que esses lugares possam ser preenchidos por outros".

 

Sobre as declarações de Christine Lagarde, que admitiu que houve erros a estimar o impacto da austeridade, o PCP desvaloriza. "Dão uma no cravo e outra na ferradura, isso é deliberado para confundir os portugueses, para fazer crer que há consciências no meio deste processo, quando na verdade o que está em causa é aplicar este programa".

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