Notícia
As bolhas não só para a passagem de ano
A melhor forma de tirarmos dúvidas sobre o espumante que mais nos agrada é bebê-los com regularidade. E de diferentes marcas. Aqui ficam algumas sugestões que não servem só para a passagem de ano.
31 de Dezembro de 2016 às 16:00
Encontra no mercado diferentes espumantes Baga Bairrada com preços a partir de 9€
Para não variar muito, de há meia dúzia de dias para cá, tenho recebido SMS com pedidos de indicação de espumantes para a noite de amanhã. Eu lá vou sugerindo soluções variadas de diferentes produtores, regiões e preços, mas sempre com dois desejos associados: que experimentem espumantes de diferentes perfis e, acima de tudo, que metam na cabeça, de uma vez por todas, que o espumante é um vinho como outro qualquer, pelo que também pode ser consumido no dia a dia e não só para na passagem de ano, nos aniversários, nas assinaturas de negócios ou no dia em que o Benfica limpa mais um campeonato (se o sector de espumante dependesse do Sporting, estava bem amanhado).
Até se admite que, por questões de preço, o Champagne seja mesmo uma bebida para dias especiais, mas um espumante nacional custa tanto quanto custa um outro vinho médio português. Sim, há espumantes de grande qualidade (Murganheira e Vértice) e caros, mas são vinhos rodeados de cuidados extremos ao longo de muitos anos, pelo que não podem custar uma dezena de euros.
Agora, quando descemos do norte para a Bairrada, por exemplo, encontramos espumantes de muito boa qualidade a preços em conta, entre os 9 e os 15 euros, pelo que o valor não pode ser factor de recusa dos espumantes. Aliás, quando digo aos tais amigos que os preços estão no intervalo mencionado, vejo pasmo na reacção deles. Por alguma razão, existe a ideia de que um espumante tem necessariamente de ser caro. Só pode ser mesmo por causa do Champagne. Mas é só um palpite.
O que já não é palpite é que estes vinhos que fermentam uma segunda vez em garrafa fechada têm uma aptidão considerável para a nossa gastronomia. Um espumante da região dos vinhos Verdes, com uns bolinhos de bacalhau, numa qualquer esplanada é um programa de sonho. Um espumante menos seco com umas tostas e peixes de conserva é uma iguaria requintada. E, claro, espumantes brutos são fantásticos com carnes variadas e diferentes confecções (não só o leitão) e com peixes e mariscos. E, mais claro ainda, espumantes com algum açúcar residual podem acompanhar a nossa doçaria. Aliás, perante um Abade de Priscos, um Pão de Rala ou um pudim de feijão, venha um espumante e as suas bolhas vibrantes.
Ora, foi justamente na Bairrada que nasceu uma categoria de espumante a que rapidamente aderiram empresas com muito histórico na matéria. Trata-se do espumante Baga Bairrada. Como esta casta tinta tem muito peso na região e como nem todos os anos dá origem a grandes vinhos tintos (a natureza ainda pode muito), a direcção da Comissão Vitivinícola da Bairrada decidiu criar um perfil de espumante blanc de noirs feito com Baga. Foi uma bela ideia para os produtores e para os consumidores.
Temos assim vinhos que - e esta é a beleza do projecto - apesar de feitos com a mesma casta, acabam por ganhar diferentes nuances aromáticas por via do histórico de cada casa produtora. Quer dizer, os aromas ligeiramente vegetais, de casca de uva, de frutos e, por vezes, de cinza estão sempre mais ou menos presentes, mas, consoante o tempo em garrafa, acabam por ganhar complexidade.
De maneira que se o leitor quer soluções para amanhã à noite, é só escolher duas ou três das marcas que estão aqui na foto. E, sim, dizemos duas ou três marcas porque essa será a forma eficaz de cada convidado provar diferentes vinhos para saber qual o perfil que mais aprecia. Mais doce, mais seco, mais novo, mas estagiado, etc etc. E já sabe: espumantes para a passagem de ano, mas não só.
Para não variar muito, de há meia dúzia de dias para cá, tenho recebido SMS com pedidos de indicação de espumantes para a noite de amanhã. Eu lá vou sugerindo soluções variadas de diferentes produtores, regiões e preços, mas sempre com dois desejos associados: que experimentem espumantes de diferentes perfis e, acima de tudo, que metam na cabeça, de uma vez por todas, que o espumante é um vinho como outro qualquer, pelo que também pode ser consumido no dia a dia e não só para na passagem de ano, nos aniversários, nas assinaturas de negócios ou no dia em que o Benfica limpa mais um campeonato (se o sector de espumante dependesse do Sporting, estava bem amanhado).
Agora, quando descemos do norte para a Bairrada, por exemplo, encontramos espumantes de muito boa qualidade a preços em conta, entre os 9 e os 15 euros, pelo que o valor não pode ser factor de recusa dos espumantes. Aliás, quando digo aos tais amigos que os preços estão no intervalo mencionado, vejo pasmo na reacção deles. Por alguma razão, existe a ideia de que um espumante tem necessariamente de ser caro. Só pode ser mesmo por causa do Champagne. Mas é só um palpite.
O que já não é palpite é que estes vinhos que fermentam uma segunda vez em garrafa fechada têm uma aptidão considerável para a nossa gastronomia. Um espumante da região dos vinhos Verdes, com uns bolinhos de bacalhau, numa qualquer esplanada é um programa de sonho. Um espumante menos seco com umas tostas e peixes de conserva é uma iguaria requintada. E, claro, espumantes brutos são fantásticos com carnes variadas e diferentes confecções (não só o leitão) e com peixes e mariscos. E, mais claro ainda, espumantes com algum açúcar residual podem acompanhar a nossa doçaria. Aliás, perante um Abade de Priscos, um Pão de Rala ou um pudim de feijão, venha um espumante e as suas bolhas vibrantes.
Ora, foi justamente na Bairrada que nasceu uma categoria de espumante a que rapidamente aderiram empresas com muito histórico na matéria. Trata-se do espumante Baga Bairrada. Como esta casta tinta tem muito peso na região e como nem todos os anos dá origem a grandes vinhos tintos (a natureza ainda pode muito), a direcção da Comissão Vitivinícola da Bairrada decidiu criar um perfil de espumante blanc de noirs feito com Baga. Foi uma bela ideia para os produtores e para os consumidores.
Temos assim vinhos que - e esta é a beleza do projecto - apesar de feitos com a mesma casta, acabam por ganhar diferentes nuances aromáticas por via do histórico de cada casa produtora. Quer dizer, os aromas ligeiramente vegetais, de casca de uva, de frutos e, por vezes, de cinza estão sempre mais ou menos presentes, mas, consoante o tempo em garrafa, acabam por ganhar complexidade.
De maneira que se o leitor quer soluções para amanhã à noite, é só escolher duas ou três das marcas que estão aqui na foto. E, sim, dizemos duas ou três marcas porque essa será a forma eficaz de cada convidado provar diferentes vinhos para saber qual o perfil que mais aprecia. Mais doce, mais seco, mais novo, mas estagiado, etc etc. E já sabe: espumantes para a passagem de ano, mas não só.