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Um carro para a herança

Os últimos dados quantitativos mostram que os automóveis clássicos estão validados como investimento de luxo sólido, e que a tendência se irá manter.

09 de Julho de 2016 às 10:15
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Correndo o risco de parecer um execrável agente encoberto a soldo dos vários agentes da oferta de carros clássicos, devo informar os potenciais interessados que nunca este tema esteve tão sólido na sua vertente de investimento. Realmente, a acreditarmos nos poucos índices e informadores rigorosos, o HAGI, o Knight Frank Luxury Investment Index, e as principais leiloeiras globais, os carros clássicos atingiram um duplo estatuto de validação muito interessante.

Antes de tudo o mais, um período temporal lato, a cinco e dez anos, mostra que os carros clássicos são hoje uma verdadeira alternativa aos habituais bens culturais de investimento, especialmente à arte e ao vinho. Depois, o aumento inesgotável da procura fez com que surgissem bastantes novos agentes de oferta, o que irá, a curto prazo, segmentar o mercado.

Quanto ao valor de investimento, os números são verdadeiramente impressionantes, segundo o índice da Knight Frank. A 31 de Março deste ano, os carros clássicos de topo (ver caixa) atingiram, a cinco e dez anos, respectivamente, as valorizações de 161 e 467%, o que gera uma média anual de valorização de 17%.

A venda unitária em leilão não dá também mostras de diminuir, e a cada novo leilão de qualidade, os recordes de valor são suplantados. Um Ferrari atingiu, em Fevereiro, 32 milhões de euros, e um Jaguar atingiu, em Maio, 7.25 milhões de euros. A constância dos valores, e a aceitação contínua destes pela procura, os únicos factores sólidos para a avaliação do potencial de investimento de um bem deste tipo, não irão mudar nos próximos tempos, garantem os peritos.

No entanto, defendem os mesmos informadores, o que irá acontecer é uma maior segmentação do mercado, devido a alguma intensidade da oferta. Com efeito, consideram aqueles, a confirmação do bem como extremamente valioso fez com que se multiplicassem, um pouco por todo o mundo, leilões, eventos e agentes especializados, já que existe, apesar de tudo, um considerável número de bens em circulação, dado o automóvel ter sido, mesmo nos seus tempos pioneiros, um bem de produção em série. O mercado fará, acrescentam os conhecedores, que a procura se encaminhe cada vez mais para os bens topo do topo, com todas as peças de origem, um factor fundamental neste tema. 

O topo do topo  No mercado dos carros clássicos, conta, antes de tudo o mais, os fabricantes com uma reputação de luxo e qualidade desde as origens. Assim, Ferrari, Porsche e Mercedes são as mais procuradas, seguindo-se depois marcas com produções mais reduzidas, como é o caso da Rolls-Royce, da Jaguar e da Bentley. Claro, ao mesmo tempo existem nichos globais, como os primeiros Fiat, os Land Rover, ou algumas marcas americanas. Os agentes que hoje garantem os melhores exemplares para venda são as leiloeiras, a começar pela Bonhams. 


*Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.

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