Notícia
Sérgio Mah: Não há assunto na fotografia, porque tudo é assunto
Sérgio Mah tem escritório num edifício antigo, de tectos altos e azulejos, na Baixa, e movimenta-se entre a Sé, onde mora, e o Chiado, onde dá aulas em Belas-Artes. Nasceu em Moçambique mas cresceu em Lisboa e viveu sempre na capital portuguesa, mesmo quando era comissário da PhotoEspaña, em Madrid. Começou o seu percurso a organizar várias exposições simultâneas para a LisboaPhoto, uma bienal que acabou por não ter uma vida longa. Acha que as bienais estão na moda com razão e que fazia falta em Lisboa, uma capital europeia que precisa de uma nova economia ligada à cultura. A mais recente exposição que organizou está no Porto, na Galeria Fundação EDP, até 6 de Julho. Em "Encontro com as formas", trabalhou o espólio de fotografia e filme de Ângelo de Sousa (1938-2011), uma parte do trabalho do artista pouco conhecida mas que mostra a natureza da fotografia, fazendo de tudo assunto, tornando relevantes os gestos mais distraídos.
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1. Estive durante um ano a vasculhar o espólio de fotografia e filme do Ângelo de Sousa. O desenho é um elemento estruturante em todo o trabalho do Ângelo de Sousa, mas ao mesmo tempo que fez muito desenho matricial, a fotografia foi para ele uma prática quotidiana. E se até houve momentos em que ele não desenhou, não houve propriamente momentos em que não fotografou. Ele até dizia que
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