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Os promotores dos festivais

Os promotores dos festivais, Álvaro Covões, José Barreiro, Jwana Godinho, falam das suas escolhas, das surpresas, das dificuldades. Mas, garantem, para o ano há mais!

13 de Abril de 2012 às 10:20
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1. Olhando para o cartaz, há algum nome menos conhecido que pode resultar numa surpresa para público?
2. Há alguém que queria ter cá e não conseguiu?
3. Quantas pessoas estão envolvidas na elaboração do cartaz?
4. Como é que se procede às escolhas do cartaz? Quem é que influencia essas escolhas?
5. É, de facto, mais complicado erguer um festival quando o país está em crise?
6. É possível garantir, nesta altura, a edição 2013 do festival?
7. O que é que está a ouvir actualmente?




Álvaro Covões

Festival: ALIVE
Everything is New

1. Existem vários. Estamos cheios de propostas. Depois, depende muito da carreira do artista e da reacção do próprio público. É um pouco difícil fazer uma previsão. Temos grandes apostas em artistas que acreditamos que vão ser uma grande revelação. Estar a escolher um especificamente é um pouco difícil.

2. Há sempre. Estamos muito contentes com o cartaz. O facto de termos, nesta altura, mais de oito mil pessoas, de 36 nacionalidades, que vêm de fora para ver o festival é absolutamente extraordinário.

3. Nós fazemos 'brainstorming' no escritório. Falamos todos, mas, basicamente, acabamos por ser dois na programação. Tentamos perceber sensibilidades, dentro e fora do escritório, com os parceiros e com as pessoas mais próximas do festival.

4. Estamos atentos ao mercado. Por outro lado, há um sentido estético no festival. Neste momento, já estamos a trabalhar em 2013.

5. O contexto é absolutamente extraordinário. É evidente que vivemos tempos difíceis, mas a vida e a sociedade civil continuam. Nós continuamos a viver, as empresas continuam a ter que comunicar. O mundo não acabou - caso contrário, não havia leitores de jornais e nós não estávamos aqui a falar. Claro que há menos trabalho, claro que há desemprego e temos de nos reinventar, é verdade.

6. Assinámos um protocolo com a Câmara de Oeiras que garante a continuação do festival por cinco edições. Em condições normais de mercado, vai haver 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016.

7. Acima de tudo, ouço muitas bandas com as quais estamos a trabalhar. É preciso ouvi-las mais e é preciso entendê-las mais para conseguir promovê-las melhor. Tenho ouvido muito Leonard Cohen, que vamos trazer cá, Mumford & Sons, Miuda, Justice, Radiohead, Cure, Refused, PAUS, Buraka Som Sistema e por aí fora. Tanta coisa boa...




José Barreiro

Primavera Sound
PIC-NIC Produções

1. Há diversas apostas que julgo virem a resultar muito bem. Baxter Dury, o filho de Ian Dury, vai ser uma bela surpresa. Siskiyou, Chairlift e Other Lives também são bandas a não perder. Isto apenas para destacar alguns nomes, pois viver o Primavera Sound é ir à descoberta e deixar-se surpreender...

2. Pensar naqueles que não vieram quando temos mais de 60 bandas seria, no mínimo, masoquista. Uma primeira edição de um festival em Portugal com tantos nomes interessantes é qualquer coisa de muito especial.

3. Existe uma equipa de "booking" com seis pessoas, que desenvolve os contactos com os artistas.

4. Toda a gente que trabalha no Primavera Sound gosta muito de música e ouve música tal como respira. Portanto, é gente muito bem informada neste assunto. Depois, há um critério fundamental, que é o da qualidade da música, tal como disse anteriormente. Em relação às influências, bem, vão desde os directores ao público que participa nos fóruns do Primavera Sound. Toda a gente influencia.

5. A crise é muitas vezes uma oportunidade para fazer novas coisas. Claro que nos preocupa trabalhar para um mercado Ibérico onde as taxas de desemprego são de 15% e 25%, em Portugal e Espanha, respectivamente. No entanto, estamos a ter uma grande aceitação por toda a Europa, com vendas muito assinaláveis. Neste momento, mais de 60% dos bilhetes estão vendidos para fora de Portugal. Em relação a patrocinadores, é inegável que existe um maior receio em investir em ideias novas. Ainda bem que encontrámos na Optimus e na Câmara do Porto parceiros que privilegiam a qualidade em detrimento da quantidade.

6. Um festival deste género não poderia nunca ser um projecto de um ano. É um festival que procura ter um envolvimento muito grande com a cidade e construir a sua identidade através desta relação. Acabei por responder que é claro que é para se manter no Porto.

7. The Shins, Baxter Dury, Django Django, The Weeknd ou The Kindness, só para dar alguns exemplos.




Jwana Godinho

Super Rock e Sudoeste
Música no Coração

1. Há vários, mas posso por exemplo destacar os Alabama Shakes, no Super Bock Super Rock. Maravilhosa banda, quer em disco, quer ao vivo. E o Ben Howard, no SWtmn, uma voz e canções que vão ficar na cabeça dos festivaleiros - acredito que por muito tempo.

2. Há tantos nomes, mas muitos deles são aqueles que começamos já a trabalhar para elaborar os cartazes de 2013.

3. Directamente, somos quatro. Mas acabamos por envolver a empresa como um todo e também, claro, os nossos patrocinadores e parceiros.

4. É sempre um conjunto de factores. Os nossos desejos, enquanto amantes de música, aqueles nomes que sabemos serem incontornáveis para o público português, aqueles sugeridos pelos nossos patrocinadores e parceiros e, sobretudo e mais importante que todos os outros, os pedidos pelos fãs, com uma comunicação cada vez mais directa connosco através da Internet e redes sociais.

5. Portugal é um país onde o conceito de festivais de música foi muitíssimo bem aceite. São momentos de lazer e entretenimento por excelência. Enquanto promotor que organiza grande parte dos festivais de Verão, a estratégia tem sido segmentar, criar uma identidade própria para cada festival e comunicar de modo coerente. O mercado tem respondido de forma positiva. Claro que não podemos deixar de estar atentos ao contexto da economia e isso reflecte-se no ajustamento dos preços, que procuramos manter acessíveis aos nossos públicos.

6. Obviamente que sim. São festivais que fazem parte absoluta do panorama musical de Portugal e também do roteiro dos festivais europeus de referência.

7. Os últimos artistas que coloquei no meu iPod foram os The Shins, António Zambujo, Miike Snow, Alabama Shakes, The Roots, Michael Kiwanuka, Nicki Minaj, Roberta Sá e Frank Ocean. Alguns vão ficar no iPod durante algum tempo, outros nem tanto...

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