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O Supremo Daytona

Um leilão do mítico modelo da Rolex, marcado para Maio na Suíça, está a agitar de modo convulsivo o mundo reservado dos investidores em relógios de luxo.

21 de Abril de 2018 às 09:00
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Reina uma tremenda agitação no mundo reservado e emocional dos relógios de luxo. A razão é um leilão único de vários exemplares do modelo Rolex Daytona, organizado pela leiloeira Phillips, em Genebra, Suíça, a 12 de Maio. A informação que circula nos meios dedicados a este tema mostra que é realmente intensa a emoção, dado o nível dos grandes acontecimentos, mas mostra também os princípios pelos quais se rege o investimento.

O leilão tem o nome de "The Daytona Ultimatum" e é preenchido por apenas 32 exemplares do icónico cronógrafo da Rolex, com um preço estimado que ronda os 10 milhões de euros. Ao contrário do que é normal nos leilões de relógios e automóveis clássicos, para citar apenas dois exemplos, a proveniência não é, desta vez, um factor decisivo. Ou seja, nenhum dos 32 exemplares foi propriedade ou foi usado por uma personalidade famosa.

Assim, está excluída à partida a agitação causada por um leilão recente, onde um Daytona que pertenceu a Paul Newman foi vendido por quase 18 milhões de euros. De facto, desta vez, a aposta da Phillips é na singularidade de cada um dos 32 Daytona disponíveis, que foram objecto de uma selecção quase obsessiva, depois de uma pesquisa entre os principais coleccionadores em todo o mundo. E são, obviamente, os critérios desta pesquisa que devem interessar os investidores.

O que se detecta a partir da informação especializada disponível é a quase maníaca necessidade de singularidade para que um relógio tenha um valor acima do de referência. Aprofundando um pouco esta equação, um Rolex Daytona "standard" tem logo à partida, sem dúvida alguma, um valor alto. Mas, para ser um investimento de previsível alta rendibilidade, num período longo de tempo, tem necessariamente de possuir outras características.

Para começar, a esmagadora maioria dos 32 exemplares que vai a leilão assenta ainda num movimento manual, que era o que a Rolex usava antes de 1980. Ou seja, era um movimento pré-massificação e quase artesanal. De seguida, novamente a maioria dos 32 Daytona tem uma característica única ou limitada a séries de produção muito reduzidas, seja no movimento, como já foi referido, seja no mostrador, ou até no tipo e cor de letra, ou ainda o facto de terem sido comercializados com materiais raramente usados pela marca, como o ouro rosa. Assim, a característica fundamental que valoriza a peça é a sua singularidade, por mais pormenorizada que esta seja. Por último, todos os exemplares escolhidos têm um enorme valor histórico. Isto é, ou são extremamente representativos da história da marca e do modelo, ou, em alguns casos, são fundamentais na história da relojoaria de luxo. O que o cenário informativo do leilão mostra, se descontarmos o objectivo da comunicação, é que, hoje, um investidor tem de ser um estudioso do seu tema, se está interessado em investir em valor real. A previsão da receita do leilão de 12 de Maio está em mais de 10 milhões de euros.


Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.


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