"Formamos alunos de excelência e é angustiante vê-los partir. Seria ótimo que conseguissem ficar, mas quem sou eu para lhes dizer que fiquem? Que vão, mas que voltem." Joana Portugal Pereira regressou no ano passado, depois de 15 anos fora do país. Viveu na Tailândia, no Japão e no Brasil. Voltou também à instituição onde se licenciou em Engenharia do Ambiente - hoje é professora no Departamento de Engenharia Mecânica do Técnico. O seu nome está ligado ao combate às alterações climáticas e à procura de estratégias de mitigação e modelos de baixo carbono para estabilizar o aquecimento global. É coautora de documentos das Nações Unidas, como o Emissions Gap Report, e participou nos grupos de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Com Trump no poder, o mundo irá assistir ao retrocesso de algumas políticas ambientais, refere a investigadora. Ainda assim, o cenário não é tão grave quanto parece, aponta. "É impossível recuarmos muito." Mas a instabilidade geopolítica já está a desviar fundos que deveriam ser destinados à ação climática, adverte.