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Isabel Abreu: Quem tem dinheiro, morre com outra dignidade
Uma vila, uma estância balnear e águas contaminadas. Um médico expõe a verdade. É o herói que passa a vilão. Numa primeira leitura do texto "Um Inimigo do Povo", de Henrik Ibsen, Isabel Abreu aplaude o Dr. Stockmann. Numa leitura mais refinada, a actriz começa, pelo menos, a questionar. "Não há verdades absolutas. Há um meio-termo e, às vezes, é esse o sítio onde tens de viver", diz a Sra. Stockmann da peça que está no São Luiz até 14 de Junho. A direcção é de Tónan Quito. Neste texto de 1882, há palavras de hoje. Tal como há na peça "Três dedos abaixo do joelho", uma obra construída a partir de relatórios dos censores de Salazar. Interpretada por Isabel Abreu e Gonçalo Waddington, a peça vai de novo aos palcos, no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, no Porto. "Há discursos que podiam ser ditos agora. Reconheces, nestes textos, pensamentos actuais. Voltas ao medo, voltas ao medo da palavra".
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