Porto, Tinto, Ave, Leça, Tejo, Caima, Homem… São já vários os rios portugueses que contam com a vigilância de guarda-rios nas suas margens. Nos últimos dois anos, os projetos multiplicaram-se e são sobretudo as câmaras do Norte do país a apostar no regresso de uma profissão que parecia desaparecida. Ao contrário do que acontecia há 50 anos, quando a profissão estava muito associada à verificação de licenças de pesca e à autuação dos infratores – não é por acaso que é entre os pescadores que a memória dos antigos guarda-rios permanece mais fresca –, os novos guarda-rios têm sobretudo a missão de monitorizar a qualidade ambiental, identificar eventuais problemas e desenvolver ações de sensibilização da população.
No Porto, a rede de rios e ribeiras da cidade totaliza 66 quilómetros, os quais são percorridos, desde o início de 2020, por uma equipa de três guarda-rios. O projeto surgiu no seguimento dos trabalhos de naturalização do rio Tinto, que possibilitaram a ampliação do Parque Oriental da Cidade do Porto, com a inclusão de mais três quilómetros de percurso pedonal ao longo das margens. "Era um dos grandes vazios ambientais que tínhamos. Na altura, estendemos o projeto da gestão dos restantes rios e ribeiras que integram a cidade à Águas e Energia do Porto. Quisemos criar uma equipa específica que visita estes espaços e vai monitorizando a sua qualidade, identificando as suas melhorias mas também os problemas que surgem", explica Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto e vereador do Ambiente.