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Fim da lei dos sefarditas fecha porta da Europa aos judeus brasileiros

A lei que permite conceder a nacionalidade portuguesa aos descendentes dos judeus sefarditas tem os dias contados. O Governo quer pôr fim a este regime jurídico de exceção no fim do ano. Os brasileiros estão entre os que mais tiraram partido desta legislação. A poucos dias da visita de Lula da Silva a Lisboa, o Negócios falou com vários cidadãos daquele país que receberam ou estão à espera de conseguir a cidadania portuguesa por esta via. Nenhum vive em Portugal. Interessa-lhes, sobretudo, ter uma porta aberta para a Europa.
Filipa Lino 22 de Abril de 2023 às 11:00

"Sou um judeu em processo de conversão." É assim que Leandro da Mota Damasceno se apresenta. O carioca de 45 anos é um dos mais de 57 mil descendentes de judeus sefarditas que conseguiram a nacionalidade portuguesa até 2021 ao abrigo do regime jurídico criado em 2015 que pretendia reparar um lado negro da História de Portugal – a expulsão e perseguição dos judeus a partir do fim do século XV.

 

Até ter conhecimento desta legislação, Leandro nunca imaginou que poderia ter sangue judeu. Isto apesar de ter estudado numa escola judaica no Rio de Janeiro e de circular entre a comunidade judaica local.

 

Foi durante a pandemia que decidiu estudar a sua árvore genealógica para perceber se tinha ascendentes judeus. "Paguei a uma genealogista portuguesa e também fiz pesquisa por conta própria", diz. Quando descobriu vários antepassados judeus sefarditas na família, avançou com o seu pedido de certificado na Comunidade Israelita de Lisboa (CIL). 

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