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Djamila Ribeiro: “O mito da democracia racial atrasou muito a luta da população negra”

Reconhecida pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo, a filósofa e ativista brasileira Djamila Ribeiro é também apontada como uma das principais vozes do feminismo negro. É autora de livros como “Lugar de Fala”, “Pequeno manual antirracista” e “Cartas para Minha Avó”, uma obra feita de memórias e que, também por isso, é um espaço de reflexão pessoal e política. “Reconectei-me com a minha ancestralidade feminina, da qual fui ensinada a afastar-me”.
Lúcia Crespo e Mariline Alves - Fotografia 21 de Julho de 2023 às 11:00

A casa da avó Antónia era o lugar onde Djamila pisava a terra e sentia amparo. Soube depois que, tal como a sua mãe, também a avó tinha sido brava com os filhos. Porquê? Por causa do medo. "Como o racismo era uma coisa tão dura", elas tinham de criar "filhos que dessem certo". "A criança negra não pode errar. Só que a criança vai errar, toda a gente vai errar", diz a filósofa e ativista brasileira Djamila Ribeiro, reconhecida pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo. Coordena a plataforma Feminismos Plurais e, em 2016, foi nomeada secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo. É autora de livros como "Lugar de Fala", "Pequeno Manual Antirracista", "Quem tem Medo do Feminismo Negro?". Esteve pela primeira vez em Portugal no mês de junho para participar no Ciclo Cidadania da Língua, em Coimbra, e no Jardim de Verão da Gulbenkian, em Lisboa.


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