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Anselmo Mendes: Fico contente por saber que o negócio do vinho está vivo

Nem tudo são vinhos, nem tudo é Monção e Melgaço. Anselmo Mendes esteve sempre destinado a ser agricultor, mas o mundo não lhe passa ao lado.
Augusto Freitas de Sousa e Miguel Baltazar - Fotografia 12 de Abril de 2024 às 11:00

Lamenta que a agricultura tenha sido esquecida por todos os que têm responsabilidade e critica a governação por falta de projetos a longo prazo. O monçanense, que se dedica cada vez mais ao seu negócio de família, quer ver denominações de origem nos "verdes" e abomina a uniformização da região. Quando já se tornou um cliché chamar-lhe "sr. Alvarinho", percebe-se o peso do nome que ostenta nas suas garrafas. 

Quando se fala da sua família paterna e materna, a marca de Monção está sempre presente. A origem não podia estar mais circunscrita e consigo não foi diferente…
Nunca casavam muito longe. A família, sempre ligada à agricultura, divide-se entre as freguesias de Longos Vales, Bela e Merufe, todas em Monção.

O que cultivavam?
No fundo, era uma agricultura de subsistência com alguns campos dispersos. Era muito intensa porque nos campos onde se cultivava milho, feijão e abóboras também havia vinha à volta. Mas já tínhamos uma vinha contínua da casta Alvarinho.

Começou cedo nas lides agrícolas?
Comecei a trabalhar na agricultura com seis anos. Não era trabalho infantil, era ocupação dos tempos livres: regar, semear, colher e criar os animais. Tinha sempre o que fazer. O meu sonho, na verdade, quando era miúdo, era ser agricultor, mas ser mais evoluído.

Passava a vida entre os campos e as casas dos pais e avós? Como surgiu esse sonho?
Entre a casa dos meus avós e dos meus pais, levava, por vezes, cinco horas, em três quilómetros. Para saberem onde estava, a minha avó metia um bilhetinho no bolso a dizer a hora a que saía e, quando chegava, a minha mãe perguntava o que tinha andado a fazer.

E o que era?
Tinha uma régua da escola e andava a medir as plantas. Parava, media e anotava. Dali a três dias passava lá outra vez e ia ver quanto é que ela tinha crescido. Tive sempre um fascínio pela agricultura e pelas plantas.

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