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GN abre loja no Porto onde aterrou uma semana antes da pandemia e investiu 2,5 milhões
Com três lojas em Lisboa, a Garrafeira Nacional chega finalmente ao Porto, instalando-se num edifício com 600 anos, no número 60 da icónica Rua das Flores.
Nos anos 20 do século passado, o avô Serafim deixa Tabuaço, no distrito de Viseu, e instala-se em Lisboa, onde adquiriu uma mercearia em 1927. Após a sua morte, em 1950, o pai assume o negócio, situado na Rua de Santa Justa, que viria a evoluir de mercearia para um espaço especializado em bebidas e a tornar-se garrafeira.
Com meia dúzia de anos, Jaime ia direito da escola para a mercearia ajudar o pai, tendo nos anos 90 assumido a administração do negócio, que adotou o nome de Garrafeira Nacional (GN).
Nas mãos de Jaime Vaz, o negócio corria tão bem que viria a abrir mais duas GN, uma em 2011, mais próxima da zona da Sé, e outra em 2015, no Mercado da Ribeira, tendo fechado o exercício de 2019 com receitas de 16 milhões de euros, dos quais cerca de 25% foi faturado a clientes estrangeiros.
A querer tornar a marca ainda mais nacional, Jaime sonhava em encontrar o espaço ideal para abrir uma GN no Porto.
Esse momento chegou dias antes do primeiro confinamento por causa da pandemia de covid-19: "A loja foi descoberta no início de 2020, na semana anterior ao confinamento nacional", recorda Jaime Vaz, em declarações ao Negócios.
O espaço escolhido, um edifício com 600 anos situado no número 60 da icónica Rua da Flores, onde a GN previa investir 2,5 milhões de euros, esperou mais de quatro anos para acolher a GN.
"O investimento total na loja acabou por se fixar nos 2,5 milhões, como estava previsto inicialmente, a data de abertura é que sofreu um atraso devido à pandemia que atravessamos. Foi feita uma revisão ao projeto inicial e efetuadas algumas alterações, mas o plano foi concretizado dentro do planeamento inicial", afiança Jaime Vaz.
Aberta desde 29 de abril em "soft opening", a GN portuense, onde foram "criados 14 postos de trabalho", tem inauguração marcada para a próxima sexta-feira, 31 de maio.
"A loja Garrafeira Nacional - Flores localiza-se num dos edifícios mais antigos de uma das ruas mais emblemáticas da cidade do Porto, o que acarretou uma grande sensibilidade e cuidado no que concerne ao desejo de manter o respeito arquitetónico do edifício e a respetiva sustentabilidade", realça o empresário, sublinhando que "este período permitiu ainda dedicar uma atenção redobrada aos detalhes e o resultado final revela-se muito satisfatório para a equipa da GN".
"Tendo em conta a localização da loja, numa das ruas mais movimentadas do Porto", Jaime Vaz acredita que "será uma loja que estará ao nível da melhor de Lisboa, adiantando que com este ‘soft opening’ a expectativa está a ser cumprida".
Sem detalhar a faturação da GN, Vaz afiança que "o ano de 2023 a nível de resultados foi igual ao de 2022", reconhecendo que "não houve o crescimento que era esperado, sendo que as razões para este abrandamento estão totalmente identificadas - foi toda a conjuntura económica e o investimento, não só na nova loja do Porto como também em várias áreas da empresa", explica. "Para 2024 perspetiva-se um ano já com crescimento", remata.
Gerida por Jaime Vaz, a GN tem uma estrutura empresarial com mais de 80 funcionários, "através da qual tem investido continuadamente na aquisição de vinhos e espirituosos de forma a sulcar mercados nacionais e internacionais".
"Todos os produtos são cuidadosamente armazenados, ao abrigo de um rigoroso controlo de humidade e temperatura. Assim, voltados para um futuro solidamente alicerçado no mais nobre passado enológico, tem como apaixonada missão estimar, partilhar e difundir o prazer inigualável da apreciação de vinhos e espirituosos", enfatiza.