Notícia
A fantástica aventura dos livros medievais
Um livro agora publicado mostra-nos o lado feliz da humanidade, a incrível viagem dos textos medievais até aos dias de hoje.
01 de Outubro de 2016 às 10:15
O mercado dos livros raros continua em alta, tanto na procura, como na valorização dos títulos, como confirmam os últimos relatórios, que podem ser encontrados, por exemplo, no sítio virtual da Abebooks, www.abebooks.com, ou no Rare Books Digest, também acessível virtualmente em www.rarebooksdigest.com.
Um dos traços mais surpreendentes do mercado, traço que mantém uma estabilidade notável há várias décadas, é o da presença contínua na lista dos livros mais valiosos dos manuscritos medievais, a par, claro, daqueles editados nos primeiros tempos da época Gutenberg, ou de verdadeiros fenómenos como o "The Birds of America", que continua a ser ardentemente procurado.
Esta presença nunca afastada dos livros medievais tem, por um lado, uma explicação simples, mas também, por outro, motivos mais elaborados. Quanto ao argumento simples, surge a liderar o facto de que os textos medievais serem bens culturais de enorme e seguro valor, o que faz com que qualquer coleccionador ou investidor saiba que o preço altíssimo não implica um investimento de risco, já que, em princípio, o dinheiro será sempre recuperado, e o bem valorizado. Há depois, ainda nos componentes da equação simples, que ter em conta que indivíduos e entidades que investem num livro medieval estão a contribuir para a preservação do património da humanidade, o que é sempre uma causa bonita.
Mas, na equação elaborada, há um facto a ter em conta. Não esqueçamos que o texto medieval é extremamente frágil, o que obriga a leituras limitadas e processos de preservação complexos e caros. Está numa linguagem pouco acessível e, trata, muitas vezes, temas que não são já o centro de interesse dos leitores de hoje, como são os religiosos e cerimoniosos, dominantes, por exemplo, nos livros de horas.
O desejo de possuir um texto medieval é então, porventura decisivamente, determinado por uma espécie de tentativa de continuar a história e o milagre da eternidade. O que parece motivar os caçadores e cuidadores de livros medievais é, antes do mais, assegurar a continuidade da sua existência física, garantir que eles não desaparecem ou são destruídos, e, depois, provar que é possível manter acessível um texto que conta muitas coisas do que somos, nós humanidade.
É neste campo que se situa um livro recentemente editado pela Allen Lane, "Meetings with remarkable manuscripts". O autor é Christopher de Hamel, um dos mais especialistas mundiais neste campo. O seu texto, dedicado a doze dos mais preciosos textos medievais, partilha uma fantástica e lindíssima viagem pela vida dos referidos manuscritos, do momento em que foram criados, até aos dias de hoje. É uma aventura em que vale a pena participar.
*Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.
Um dos traços mais surpreendentes do mercado, traço que mantém uma estabilidade notável há várias décadas, é o da presença contínua na lista dos livros mais valiosos dos manuscritos medievais, a par, claro, daqueles editados nos primeiros tempos da época Gutenberg, ou de verdadeiros fenómenos como o "The Birds of America", que continua a ser ardentemente procurado.
Mas, na equação elaborada, há um facto a ter em conta. Não esqueçamos que o texto medieval é extremamente frágil, o que obriga a leituras limitadas e processos de preservação complexos e caros. Está numa linguagem pouco acessível e, trata, muitas vezes, temas que não são já o centro de interesse dos leitores de hoje, como são os religiosos e cerimoniosos, dominantes, por exemplo, nos livros de horas.
O desejo de possuir um texto medieval é então, porventura decisivamente, determinado por uma espécie de tentativa de continuar a história e o milagre da eternidade. O que parece motivar os caçadores e cuidadores de livros medievais é, antes do mais, assegurar a continuidade da sua existência física, garantir que eles não desaparecem ou são destruídos, e, depois, provar que é possível manter acessível um texto que conta muitas coisas do que somos, nós humanidade.
É neste campo que se situa um livro recentemente editado pela Allen Lane, "Meetings with remarkable manuscripts". O autor é Christopher de Hamel, um dos mais especialistas mundiais neste campo. O seu texto, dedicado a doze dos mais preciosos textos medievais, partilha uma fantástica e lindíssima viagem pela vida dos referidos manuscritos, do momento em que foram criados, até aos dias de hoje. É uma aventura em que vale a pena participar.
Da Catalunha, com paixão Um outro mago do livro antigo e medieval é o catalão Manuel Moleiro, que se dedica a publicar fidelíssimas edições em "Fac-símile", de livros medievais, com especial enfoque nos livros de horas, bem como atlas e mapas, em edições numeradas e muito limitadas. O notável trabalho de Moleiro está disponível em www.moleiro.com, e qualquer edição é um verdadeiro investimento certo.
*Nota ao leitor: Os bens culturais, também classificados como bens de paixão, deixaram de ser um investimento de elite, e a designação inclui hoje uma panóplia gigantesca de temas, que vão dos mais tradicionais, como a arte ou os automóveis clássicos, a outros totalmente contemporâneos, como são os têxteis, o mobiliário de design ou a moda. Ao mesmo tempo, os bens culturais são activos acessíveis e disputados em mercados globais extremamente competitivos. Semanalmente, o Negócios irá revelar algumas das histórias fascinantes relacionadas com estes mercados, partilhando assim, de forma independente, a informação mais preciosa.