Notícia
Perdeu os Óscares? Ainda vai a tempo
Se foi daqueles que não aguentou a madrugada dos Óscares, não se preocupe. O Negócios conta-lhe o que há para ver em oito dos vencedores. Depois sim, faça as suas escolhas e arranque com a maratona de cinema.
O Caso Spotlight
O que ganhou: Melhor Filme e Argumento Original
O que há para ver: Sabe aqueles ideais do jornalismo? Aqui vai encontrá-los, com uma história que surpreende por ter sido real. Tudo aconteceu no início do novo milénio. Uma equipa de investigação do Boston Globe segue uma pista, que acaba por se revelar um escândalo de pedofilia na Igreja Católica. O processo de cruzamento de informações vai fazê-lo querer ser parte desta redacção (e lançar pragas aos advogados que quiseram abafar o caso).
A Queda de Wall Street
O que ganhou: Melhor Argumento Adaptado
O que há para ver: Como se criaram a bolha imobiliária e a crise financeira nos Estados Unidos da América? É um regresso às origens para compreender o presente. No mundo dos investimentos, os segredos acumulam-se. Mas há quem consiga desvendá-los. Prepare-se para termos técnicos – explicados com muito humor – e personagens dadas à ganância. Uma corrente de espertezas levada à exaustão. Até que todos sucumbem a um sistema podre.
Mad Max: Estrada da Fúria
O que ganhou: Melhor Design de Produção, Edição, Guarda-roupa, Maquilhagem, Edição de Som, Mistura de Som
O que há para ver: Eis o grande campeão da noite em estatuetas, justificada pelos elementos técnicos. É a força de uma corrida cinematográfica que pode parecer repetitiva para o espectador. Este é um universo criado de origem, com traços pós-apocalípticos. Charlize Theron inicia uma rebelião pela liberdade. Conte com alta velocidade, muita areia e olhares de espanto perante realidades completamente fora do normal. É uma história que não vive muito mais para lá da estranheza.
O Renascido
O que ganhou: Melhor Realizador, Actor Principal e Fotografia
O que há para ver: Acredite, vai ter pena de Leonardo DiCaprio – que até a Academia conseguiu convencer este ano. Não é todos os dias que se apanha violentas patadas de um urso no grande ecrã e se resiste. Esta história de sobrevivência e de vingança, filmada apenas com luz natural, dá o "bi" a Alejandro González Iñárritu nos Óscares, depois de Birdman. Mais do que o amor paterno, a pertença a uma natureza de paisagens e cores apaixonantes. Uma odisseia que o vai levar a apertar as mãos e fazer força pelo protagonista.
Quarto
O que ganhou: Melhor Actriz Principal
O que há para ver: O Óscar foi para Brie Larson, que interpreta a mãe de Jack. Os dois estão fechados numa arrecadação. Ela foi feita refém, ele nunca conheceu outra realidade. São os olhos de inocência de Jack perante o mundo lá fora – que lhe chega pela televisão – que cativam. A dimensão psicológica deste filme é o principal atractivo, ao construir-se uma dependência quase doentia entre estas personagens. Há espaço para reflectir o conceito de realidade e sociedade. O que acontece quando as portas se abrem? Será que se abrem? Também você ficará preso naquela arrecadação.
A Rapariga Dinamarquesa
O que ganhou: Melhor Actriz Secundária
O que há para ver: Quando o corpo não pertence à mente, há esperança? Há. É o que prova o filme protagonizado por Eddie Redmayne. Ele é Einar Wegener, popular pintor dinamarquês. Perdão, Lili Elbe, uma diva inspiradora. Corpo e identidade são entidades distintas. Uma viagem ao tema da transsexualidade, com foco na primeira operação de mudança de sexo alguma vez realizada. Os anseios de se lidar com a novidade – e a capacidade de aceitar a diferença por amor – são pontos fortes deste trabalho. Junta-se a pensada composição cinematográfica. Alicia Vikander foi distinguida como melhor actriz secundária.
A Ponte dos Espiões
O que ganhou: Melhor Actor Secundário
O que há para ver: Guerra Fria entre Estados Unidos da América e Rússia. O filme arranca com um espião russo a ser detido em território americano. Tom Hanks é James B. Donovan, um advogado chamado a defender este homem. O caso vai mais longe e obriga a uma troca de reféns entre os dois países. Impressionante o retrato da construção do Muro de Berlim por Steven Spielberg, com as relações entre os dois lados da cidade expostas ao pormenor. A humanidade, a falta dela e o poder da informação. Mark Rylance garantiu o Óscar com a interpretação do espião Rudolf Abel.
Divertida-Mente
O que ganhou: Melhor Filme de Animação
O que há para ver: A pequenada também tem direito a Óscares e os adultos não vão conseguir resistir ao último filme da Disney. Entra-se no cérebro de uma criança que acabou de mudar de casa e procura integrar-se. Mas desengane-se quem pense que são os humanos a protagonizar esta história. Os cabeças de cartaz são as emoções: Alegria, Medo, Raiva, Repulsa e Tristeza. Solte a sua melhor gargalhada. Tente imaginar como as suas emoções reagem, dentro do seu cérebro, a este novo filme de animação. Será uma autêntica montanha-russa.