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PetroChina: de besta a bestial?

Petrolífera prevê triplicar os lucros. Empresa estatal chinesa registou, na última década, a maior queda de uma acção na história mundial.

Reuters
31 de Janeiro de 2018 às 14:40
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maior produtora de petróleo e gás da China, a segunda maior economia do mundo, prevê que 2018 seja um ano de viragem. A PetroChina Co, a maior empresa petrolífera da China e a maior do mundo em valor de mercado, teve uma queda recorde nos lucros em 2016, depois de uma década negra - em que perdeu cerca de 800 mil milhões de dólares (688 mil milhões de euros) do seu valor de mercado e protagonizou a maior queda de uma acção na história mundial. Mas a empresa preve agora triplicar os seus resultados até ao final deste ano. E os analistas estão atentos. 

As acções da empresa ganharam mais de 15% este mês, um valor acima da média de crescimento 9% no índice Hang Seng de Hong Kong. O facto de as acções terem batido no fundo e a recuperação dos preços do petróleo são os argumentos que trazem maior confiança aos traders.

Antes mesmo da empresa ter anunciado que tinha aumentado o lucro líquido em 2017 e rever em alta todas as suas previsões, várias corretoras reviram em alta as suas perspectivas para as acções da PetrocHina: a 11 de Janeiro, o Citigroup aconselhou os seus clientes a comprar acções da empresa estatal chinesa, uma posição idêntica à do Nomura. Já a Morgan Stanley baixou o rating da empresa logo no primeiro dia útil do ano, a Macquarie e a Zacks Investment Research reviram em alta o preço alvo das acções da PetroChina.

A PetroChina foi a primeira empresa do mundo a atingir uma capitalização bolsista de um bilião de dólares em 2007, e desempenha um papel fundamental no compromisso do presidente Xi Jinping de apostar na energia verde.

Mas nem todos acreditam nesta recuperação fantástica. "Existe uma melhoria, mas os ganhos ainda estão significativamente abaixo dos seus pares. Continuamos preocupados com o impacto das perdas de gás nas contas da PetroChina", afirmou à Bloomberg Neil Beveridge, analista da Sanford C. Bernstein, em Hong Kong. 


A desvalorização histórica da última década – a maior de sempre - está, em parte, relacionada com algumas das maiores mudanças na política económica da China dos últimos dez anos, tais como o abandono da estratégia de aposta no crescimento intensivo das commodities, a mais recente queda dos preços do petróleo e as tentativas do Executivo em reprimir a especulação no mercado accionista.

Mas o cenário mudou, além dos preços do petróleo estarem a recuperar, a China foi pela primeira vez , em termos anuais, a maior importadora de petróleo do mundo no ano passado, título detido anteriormente pelos Estados Unidos. E não é só no petróleo, que a China está a registar recordes. As importações de minério de ferro – um material que geralmente não se encontra na China e que é menos poluentes – cresceram no ano passado 5%. Ainda no sentido de travar a poluição, a China está a apostar na utilização de gás natural. As compras ao exterior desta matéria subiram perto de 27% em 2017.

O crescimento económico da China pode ajudar a explicar estes valores das importações de matérias-primas por parte da segunda maior economia do mundo e impulsionar os ganhos na bolsa.

"A expansão económica da China tem superado as expectativas desde a segunda metade do ano passado, impulsionando a procura por todos os tipos de matérias-primas", disse à agência de notícias Guo Chaohui, analista na China International Capital.

Argumentos que levam Tian Miao, analista da Everbright Sun Hung Kai Co, a defender que "o lucro líquido da Petrochina vai certamente aumentar este ano, impulsionado pela expansão ainda robusta do uso de gás e da subida dos preços do petróleo. Mesmo que o crescimento não seja tão drástico quanto a empresa prevê", conclui. 

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