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Perdem milhões em bitcoin porque morreu a única pessoa que sabia como lhes aceder

O gestor de uma plataforma canadiana de transação de criptomoedas morreu e só ele sabia as principais palavras-passe. Um grupo de clientes está desconfiado e pede agora a exumação do corpo para garantir que está mesmo morto.

Facebook/QuadrigaCX
Negócios 15 de Dezembro de 2019 às 22:25
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Os advogados de vários utilizadores de uma plataforma canadiana de transação de criptomoedas estão a exigir a exumação do corpo do fundador da empresa, num esforço para tentarem recuperar os 190 milhões de dólares canadianos (129,6 milhões de euros) em bitcoin a que deixaram de ter acesso depois da sua morte. 

 

Gerald Cotten (na foto), de 30 anos, morreu em dezembro de 2018 depois de complicações relacionadas com a doença de Crohn, de que padecia. Mais ninguém da bolsa que geria e fundava, a QuadrigaCX, sabia as palavras-passe para a gestão da plataforma, o que fez com que mais de 115 mil utilizadores da sua plataforma perdessem o acesso às sua carteiras digitais – e, consequentemente, aos seus investimentos. 

"O portátil a partir do qual ele geria a empresa está encriptado e eu não sei a palavra passe nem o código de recuperação", apontou a mulher do empresário em tribunal, citada pelo The Guardian. O computador em causa está consigo. 

O pedido de exumação do corpo não terá nada a ver com as palavras-passe, mas com algumas desconfianças que os clientes têm relacionadas com a sua morte. Cotten estava em lua de mel com a sua mulher na Índia quando morreu, mas as circunstâncias não são totalmente conhecidas.

 

Na passada sexta-feira, a equipa de advogados que representa os utilizadores da plaforma enviou uma missiva à polícia canadiana pedindo a exumação do corpo e autópsia post-morten para se confirmar a identidade do mesmo e a causa da morte.

Há relatos de suspeitas de negócios mal feitos e de gastos enormes em bens de luxo, razão pela qual os clientes querem ter a certeza que a morte foi real e não uma forma de o empresário se escapar a problemas. 

 

Em inícios deste ano, a auditora Ernst & Young detetou problemas sérios na forma como esta bolsa era gerida, tendo mesmo descoberto que Cotten criou algumas contas na plataforma da Quadriga, com nomes falsos, que podem ter sido usadas para transacionar na sua própria bolsa e noutras, refere a BBC.

A Quadriga Fintech Solutions era proprietária e operadora da QuadrigaCX, que se acreditava ser a maior bolsa de criptomoedas do Canadá. Em 2019, a bolsa cessou as operações e a empresa foi declarada falida.



* Sábado e Negócios

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