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Maior fundo do mundo boicota nove empresas

O fundo soberano da Noruega acrescentou nove empresas à sua lista negra por estas não cumprirem critérios éticos. EDP está sob vigilância.

Bloomberg
17 de Janeiro de 2018 às 15:30
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A lista negra do Norges Bank - banco central norueguês e gestor do maior fundo soberano mundial - foi esta terça-feira, dia 16 de Janeiro, actualizada com o nome de nove empresas com quem se recusa a trabalhar. Estas empresas violam as regras éticas do fundo, neste caso porque alegadamente violam de forma sistemática os direitos humanos, reguem-se por más práticas ambientais e/ou produzem armas nucleares.

O fundo - um dos maiores investidores da bolsa portuguesa - anunciou que a empresa britânica de defesa BAE Systems é uma das excluídas devido ao seu envolvimento no fabrico de armas nucleares. Argumento utilizado para a expulsão de mais três empresas norte-americanas: a AECOM, a Fluor Corporation e a empresa de construção naval Huntington Ingalls Industries. 

A empresa imobiliária polaca Atal SA foi  também agora excluída porque representa "riscos para os direitos humanos". Já a companhia de navegação de Taiwan (a Evergreen Marine), a Korea Line, Precious Shipping e Thoresen Thai Agencies, passam a estar vetadas porque prejudicam o meio ambiente e/ou violam os direitos humanos. 

Mais de 100 empresas, incluindo gigantes como Airbus, Boeing, British American Tobacco e Wal Mart, Rio Tinto e Philip Morris, constam desta lista negra com quem o Fundo Soberano da Noruega se recusa a trabalhar. Uma dúzia de outros grupos, tais como a Endesa e a EDP, estão sob observação, um espécie de aviso amarelo.

O fundo que já ultrapassou a barreira dos mil milhões e que tem participações em cerca de 9.000 empresas em todo o mundo, rege-se por regras éticas que o proíbem de investir em empresas que produzam armas nucleares, tabaco, causem danos ambientais, violem os direitos humanos e grupos que obtenham a maior parte dos seus lucros do carvão. Esta lista tem sido actualizada anualmente  e tem ganho uma importância acrescida já que muitas vezes o seu escrurtinio passa a ser seguido por outros investidores.

O Norges Bank explica que a sua decisão foi tomada com base nas recomendações do seu conselho ético e garante que, antes de adoptar este veto, estuda outras medidas, inclusive o exercício de seus direitos no capital das respectivas empresas.


O fundo soberano anunciou no final do ano passado a intenção de abandonar o sector do petróleo e gás, reduzindo as suas participações em empresas desta indústria, que totalizam 35 mil milhões de dólares (cerca de 29,6 mil milhões de euros), para proteger a economia do país, que é o maior produtor de petróleo da Europa ocidental. De acordo com a US Energy Information Administration, a Noruega é o 15º maior produtor de petróleo do mundo. O fundo, criado em 1996, com o objectivo de investir as receitas do petróleo e gás natural para assegurar as pensões dos noruegueses já tinha eliminado do seu portefólio praticamente todas as acções do sector do carvão.  

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