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ETF batem todos os recordes

Os Exchange Traded Funds são as novas estrelas, mas há quem avise nos mercados emergentes esta não é uma boa aposta.

Reuters
17 de Abril de 2017 às 19:01
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Os ETF’s negociados em bolsa bateram recordes nos primeiros três meses de 2017, os investidores estão a abandonar os tradicionais fundos geridos activamente, essencialmente por causa das "elevadas taxas e de desempenhos inconsistentes", escreve o Financial Times. Os investidores mundiais conseguiram arrecadar quase 200 mil milhões de euros, entre Janeiro e Março deste ano, um recorde trimestral, de acordo com a consultora ETFGI, com sede em Londres, revela o jornal. Ao longo de todo o ano de 2016 o lucro gerado foi de cerca de 400 mil milhões de euros.

Robert Buckland, do Citigroup, diz que este crescimento dos Exchange Traded Funds - unidades negociáveis na bolsa como se fossem uma acção, mas que replicam índices de vários tipos de activos - representam uma "mudança sísmica" impulsionada por uma "profunda reavaliação" entre os investidores sobre as taxas que estavam dispostos a pagar aos gestores de activos para investir no mercado de acções tradicional.


"Margens de lucro de 40% são difíceis de justificar numa indústria onde as barreiras de entrada são baixas e há concorrência de baixo custo à espreita", diz Robert Buckland, do Citigroup.


Os fundos de acções geridos activamente perderam cerca de 523 mil milhões nos últimos 12 meses, enquanto os ETF aumentaram 434 mil milhões de dólares, de acordo com o provedor de dados EPFR.


No início deste mês, o Orange County Employees Retirement System (Ocers), um plano de pensões público da Califórnia avaliado em 14 mil milhões de dólares, foi o último grande investidor a anunciar que reduziu os investimentos nas mãos de gestores de activos para economizar custos. De acordo com Financial times, a Ocers rescindiu 16 contratos no valor total de 1.500 milhões de dólares com empresas como Standard Life Investments, GMO, JPMorgan Asset Management, Franklin Templeton e Pimco.

Tanto a Vanguard, com sede na Pensilvânia, como a BlackRock registaram subidas de 140% e 167% novos negócios num ano. O Morgan Stanley prevê que as receitas globais dos gestores de fundos vão cair em pelo menos 3% nos próximos três anos.


Os limites dos ETF’s


Os ETF’s abalaram, de facto, o mercado tradicional de acções devido aos seus custos baixos e rentabilidade. Mas no mercado de dívida dos mercados emergentes os populares ETF’s estão a enfrentar dificuldades.

A popularidade dos Exchange Traded Funds explodiu muito também devido à possibilidade de dar acesso a países ou mercados muito específicos a baixos preços. O Wall Street Journal revela que foram transaccionados 3,6 biliões de dólares no mercado de títulos emergentes.


Mas o mercado está a revelar sinais de ‘cautela’. Num ano em que os mercados emergentes estão no centro das atenções por causa da sua elevada rentabilidade, o desempenho dos ETF abaixo do esperado está a levar preocupações, nomeadamente sobre se são o melhor instrumento para apostar em países com desenvolvimentos voláteis.


Ainda de acordo com o Wall Street Jornal, a dívida emitida por governos e empresas destas economias emergentes pode ser mais difícil de comprar e vender. Algumas transacções de maior dimensão resultaram em erros de monitorização das carteiras de ETF nos mercados emergentes. A complexidade desses títulos, particularmente aqueles em mercados mais remotos, pode dar uma vantagem aos tradicionais traders, que em alguns casos passaram décadas a analisar os riscos políticos e monetários idiossincráticos dos países em causa.


"Há uma aura em torno dos ETF que dita que têm uma exposição a uma classe de activos barata e que é fácil de acompanhar o benchmark", afirma James Barrineau, co-chefe de dívida de mercados emergentes da Schroders Investment Management Ltd. "Isso em geral funciona para as acções, mas a dívida é um instrumento muito diferente", conclui.

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