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Criador do índice de volatilidade diz não saber para que ele serve
O VIX chegou a tocar máximos nos 50 pontos sendo que a média do último ano é de 11,3.
Muitos analistas relacionam o recente mini-crash nas acções com o forte disparo do índice VIX, que mede a volatilidade das acções do S&P 500. Este índice, criado há cerca de 15 anos, chegou a tocar máximos - nos 50 pontos - na segunda-feira, sendo que a média do último ano é de 11,3. Em entrevista à Bloomberg, o criador do VIX, Devesh Shah, que na altura tinha 20 anos, diz que não vê relação entre o movimento do índice e a queda dos mercados e afirmou mesmo que não sabe para que serve o VIX.
Questionado sobre o que é o índice afirmou:" É como o tempo: se estivermos no Inverno estará muito frio, se for Verão está muito quente. [O VIX] diz apenas como é que as coisas estão. Quando o mercado está em queda e as coisas estão más, logicamente o VIX vai subir. E vice-versa. Ele não diz nada sobre o futuro".
O criador deste índice - que deixou o banco de investimento Goldman Sachs em 2010 para administrar os seus próprios recursos - não acredita que o VIX seja capaz de ditar os rumos do mercado, como continuam a defender alguns analistas. Para Devesh Shah a explicação é simples: "Talvez o mercado estivesse muito valorizado e precisasse de cair".
O VIX foi construído para medir a volatilidade, mas acabou por ficar baptizado com o nome de índice do medo, porque os seus valores mais elevados indicam, alegadamente, tempos de incerteza e de perigo nos mercados. Há 55 anos que a volatilidade não era tão baixa e havia quem já defendesse que o índice não estaria a medir correctamente os tempos incertos que se vivem nos EUA. Só uma vez na história se registou uma volatilidade tão baixa como a registada no último ano, que começou após o assassinado de John F. Kennedy, em 1963.