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Nuno Lacasta: “Portugal tem genericamente uma boa qualidade do ar”

“Temos de, a montante, eliminar as fontes de poluição que as pessoas ingerem e, dessa forma, estamos a aliviar de forma muito significativa o Sistema Nacional de Saúde”, afirma Nuno Lacasta.

14 de Outubro de 2020 às 15:00
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"Portugal tem genericamente uma boa qualidade do ar, mas temos ainda situações que nos devem preocupar e sobretudo temos de pensar estas temáticas de forma integrada," disse Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente.

Sublinhou que a estimativa de 6 mil mortes prematuras em Portugal devido a doenças respiratórias e à qualidade do ar, feitas por um relatório europeu há alguns anos, implica que "temos de, a montante, eliminar as fontes de poluição que as pessoas ingerem e, dessa forma, estamos a aliviar de forma muito significativa o Sistema Nacional de Saúde".

Portugal fez alguns investimentos em termos de transportes coletivos há quase décadas, mas ficou sempre aquém dos investimentos que se necessitava e, sobretudo, sem gestão integrada das zonas metropolitanas. "Só muito recentemente surgiram os passes sociais como Navegante na Grande Lisboa e similares na região do Grande Porto e em cidades médias como Viseu", referiu.

Abordagem integrada

Nuno Lacasta disse que "esta abordagem integrada tem de ser feita a montante com veículos menos poluentes, estamos a iniciar uma tendência de descarbonização profunda do nosso parque automóvel, e temos de recuperar o caminho, com décadas de atraso, em termos de transportes coletivos". Acrescentou ainda medidas de apoio aos transportes coletivos, descarbonização da frota, mais partilha de veículos, que é uma tendência crescente, apostar definitivamente no transporte coletivo. "É isto que nos falta para nestas áreas da mobilidade atingir níveis de primeiro mundo como já temos na área da água, dos resíduos", concluiu.

Temos de nos focar em medidas como a de zonas de emissão reduzida. Nuno Lacasta
Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente 
Na sua opinião é necessário "ter em conta e aproveitar este período de desaceleração económica para prepararmos o futuro em termos de capacidade aeroportuária da região de Lisboa e não continuar a discutir eternamente as mesmas questões nas tomadas de decisões tanto em termos do Aeroporto Humberto Delgado como da sua complementaridade, com o projeto do aeroporto do Montijo". Por outro lado, é igualmente relevante, "focarmo-nos em medidas como a de zonas de emissão reduzida, em que já temos um primeiro passo na cidade de Lisboa e noutras cidades e agora precisamos de aumentar o âmbito num contexto que seja manejável tendo em conta também a redefinição das cidades", disse Nuno Lacasta.
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